Diretora-geral do IBAP aponta a preservação do ecossistema do mangal como um dos desafios prioritários do país
(ANG) – A Diretora-geral do Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas(IBAP), disse que a preservação do ecossistema do mangal constitui um dos desafios do país, em particular da instituição que dirige.
Aissa Regalla de Barros falava hoje na cerimónia de abertura do 4º Comité da Direção do Projeto Regional “Gestão Sustentável das Florestas de Mangais do Senegal ao Benin”, que decorre entre os dias 26 e 28, em Bissau.
Aquela responsável disse que o Sistema Nacional das Áreas Protegidas cobre atualmente 26,3 por cento do território nacional, tendo como um dos ecossistemas essenciais o mangal.
Regalla informou que o mangal é um ecossistema com alta produtividade, o que levou a criação de um Parque Natural dos Tarrafes de Cacheu, que joga um papel essencial em vários serviços ecossistêmicos.
“É neste contexto que, para poder melhor e harmonizar as diferentes ações levadas a cabo nos últimos anos, no país, decidiu-se criar uma plataforma denominada “Planta”, muito importante e que permite coordenar as ações nas zonas de intervenções”, disse.
Afirmou que a plataforma irá ajudar ainda os atores que intervêm nesse domínio e na definição de eixos estratégicos, nomeadamente, uma forte componente da restauração do mangal, do sistema de informação geográfica, permitindo assim a cartografia das áreas de intervenção bem como outro componente essencial que é a sensibilização das comunidades.
A Diretora-geral do IBAP sublinhou que a Guiné-Bissau ainda não tem uma lei que protege os ecossistemas essenciais, frisando que essa lei permitiria dar orientações sobre como levar a cabo as proteções desse ecossistema.
“Na base dessa lei haverá um ordenamento do ecossistema do mangal, quais são as zonas a serem protegidas e outras que poderão ser utilizadas para agricultura e outras atividades setoriais”, salientou.
Por sua vez, o representante da União Europeia no país, disse que apesar de ser a Delegação da União Europeia no Senegal a gerir este “ambicioso projeto”, que abrange nove países costeiros da África Ocidental, é um gosto testemunhar a realização desta reunião na Guiné-Bissau.
Artis Bertrulis disse que numa era de emergência climática e de erosão sem precedentes da biodiversidade, os apelos e esperanças das novas gerações são cada vez mais focados num futuro sustentável.
Acrescentou que, neste contexto, a responsabilidade da comunidade internacional torna-se significativa e que as ambições devem permanecer sólidas no que diz respeito à mitigação das alterações climáticas.
“Projetos como a que estamos a discutir hoje, fazem parte de uma solução global que se compromete a alcançar resultados tangíveis, duradouros e sustentáveis”, salientou Artis Bertulis.
Disse que a União Europeia orgulha-se de poder cooperar com a Guiné-Bissau na conservação dos ecossistemas de mangais, investindo mais de 20 milhões de euros em projetos de agricultura familiar de arroz, de mangal e no fortalecimento das capacidades do IBAP.ANG/ÂC//SG