Caso 1 de Fevereiro/Julgamento de acusados por tentativa de golpe de Estado com data marcada
(ANG) – O julgamento de 25 indivíduos detidos há mais de dois anos em conexão com a tentativa de golpe de Estado de fevereiro de 2022 no país está marcado para ter início na próxima terça-feira, dia 4 de junho, segundo fontes judiciais civis e militares.
O processo, que será conduzido pelo Tribunal Militar da Guiné-Bissau, contará entre os réus com o ex-chefe da Armada guineense, o vice-almirante José Américo Bubo Na Tchuto, apontado pelas autoridades como o líder da fracassada intentona.
A informação foi confirmada à Lusa por um advogado de defesa de alguns dos suspeitos, que revelou que Na Tchuto e os outros 25 arguidos, civis e militares, respondem por “crime de atentado contra a vida do Presidente” guineense, Umaro Sissoco Embaló, e ainda por “tentativa de alteração da ordem constitucional”.
De acordo com fontes do Tribunal Militar, dos 25 indivíduos pronunciados, alguns ainda se encontram foragidos. Para a sessão inaugural do julgamento, agendada para as 10h00 (hora local) na Base Aérea de Bissalanca, prevê-se a presença de apenas 12 arguidos, “entre civis e militares”.
Recorde-se que, em 1 de fevereiro de 2022, homens armados atacaram a sala do Conselho de Ministros no Palácio do Governo, disparando contra os presentes, incluindo o chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló, que presidia à reunião.
O Governo classificou o incidente como uma tentativa de golpe de Estado, que resultou na morte de 11 pessoas, a maioria elementos da segurança dos governantes, e na detenção de cerca de 50 outras.
Um julgamento civil para alguns dos detidos estava inicialmente previsto para dezembro de 2022, mas foi adiado “para uma nova data” na altura da última hora. O tribunal justificou o adiamento com a falta de condições devido a obras de reabilitação na zona da baixa de Bissau onde se situa o tribunal.ANG/Lusa/RTP