Cuba/Cimeira G77+China quer “nova ordem económica internacional”
ANG) – Cerca de 30 chefes de Estado e de governo de países-membros do grupo G77+China iniciam esta, sexta-feira, uma reunião de dois dias, em Cuba, para defender “uma nova ordem económica internacional”.
Entre eles, os presidentes de Angola, de Moçambique, do Brasil, da Argentina e da Colômbia, assim como representantes dos governos da quase totalidade dos Estados-membros da CPLP.,
Cuba assume pela primeira vez a presidência “pro tempore” do grupo e tem insistido na promoção de uma ordem internacional mais justa e na urgência da reforma do sistema financeiro multilateral.
Na quarta-feira, o ministro cubano dos Negócios Estrangeiros, Bruno Rodriguez, adiantou que o projeto de declaração final da cimeira “critica os principais obstáculos no acesso ao desenvolvimento dos países do Sul” e lançou “um apelo para a implementação de uma nova ordem económica internacional”.
O texto pede “uma profunda reforma da arquitetura financeira internacional”, assim como “a eliminação urgente de medidas coercitivas internacionais” e o “tratamento adequado da dívida externa crescente dos países em desenvolvimento”.
A questão da dívida é, assim, uma questão central, da mesma forma que as alterações na governação do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional. Além disso, estes países exigem o reforço da rede de segurança financeira global e um acesso maior e mais equitativo ao financiamento internacional em tempos de crise, nomeadamente através de emissões regulares de Direitos de Saque Especiais.
A cimeira do G77+China antecede a Assembleia-Geral das Nações Unidas, que vai decorrer na próxima semana, em Nova Iorque.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, abre o G77, depois de esta semana ter considerado “muito importante que os países em desenvolvimento lutem para garantir as transformações necessárias nos sistemas internacionais para criar condições de enfrentar os desafios e recuperar o ímpeto do seu desenvolvimento”.
O G77 foi criado em 1964, por 77 países em desenvolvimento, no seio da ONU, dentro do grupo dos países Não-Alinhados. Hoje conta com 134 membros. A China não se considera membro do grupo, mas participa no G77 desde 1992.
ANG/RFI