Cultura/ʺQuem escreve um livro está a fixar um acontecimentoʺ diz Domingos Simões Perreira
(ANG) – O autor de livro ʺKUMUS” disse que quem escreve um livro está a fixar um acontecimento, registar algo que o marcou ou a partilhar algum pensamento.
Domingos Simões Perreira falava à imprensa após o lançamento do seu livro ʺKUMUS” em Farim, e diz que neste caso ele fixa nas pessoas com as quais se cruzou na sua trajetória de crescimento, pessoas com quem aprendeu e que marcaram a sua infância e todo o seu crescimento.
Disse que, apesar de ter passado por vários espaços e cruzar com várias gentes escolheu KUMUS, que significa Farim, no dialeto da etinia Mandinga da Guiné-Bissau, não só por ser cidade onde nasceu, mas sobretudo por ser a cidade que lhe marcou mais.
Para Simões Pereira o estatuto ou a origem na é relevante.
ʺEu nasci em Farim, mas a minha mãe veio duma povoação que se chama Farandinto e ao lado dessa povoação há uma outra povoação que se chama Bribam. Através deste conto, dessa história,quero simbolizar que, apesar de hoje professar a religião católica, é ato do caso. Se eu tivesse nascido dois quilómetros à nordeste eu seria muçulmano.Portanto, porquê que nós assentuamos tanto essa diferença que vêm do acaso ʺ, disse Domingos Simões Perreira.
O autor sublinhou que em Farim conheceu muita gente enquanto criança olhava as pessoas como pobres, coitados como dizem, alguns até como dementes mentais, mais que atingiu um determinado grau de maturidade que o fez ver as coisas de forma diferente e sentir a necessidade de homenagear essas pessoas.
ʺEssa gente me ensinaram muito, ensinaram-me a humildade, a partilhar, a convivência, tudo que nós hoje sentimos que está em falta na sociedade, eu estou convicto de que essas pessoas me ensinaram naquela altura”, destacou Simões Pereira que procedeu ao lançamento do seu romance sobre Farim no dia em que celebrou os 60 anos de idade(20 de Outubro). ANG/Voz do Povo