”Guiné-Bissau aposta na protecção dos mares”, afirma ministro do Ambiente, Biodiversidade e Acção Climática
(ANG) – A protecção dos oceanos é um tema candente à escala planetária e tem estado no centro de uma série de reuniões internacionais. É o caso da nona conferência alusiva “O nosso oceano” da semana passada na Grécia.
A Guiné-Bissau fez-se representar pelo ministro do Ambiente, Biodiversidade e Acção Climática Viriato Cassamá.
A conferência sobre a protecção dos oceanos “O nosso Oceano”, decorreu em Atenas a 16 e 17 de Abril de 2024.
Viriato Cassamá, ministro guineense do Ambiente, Biodiversidade e Acção Climática conta que as dinâmicas em curso em prol da protecção dos mares, é uma iniciativa global que visa preservar os oceanos. Porque os oceanos constituem um recurso inestimável para todo o mundo e a forma como os recursos naturais têm estado a ser explorados e a forma como os oceanos têm estado a ser utilizados preocupa o mundo.
“Nesse sentido, houve várias conferências internacionais sobre os oceanos e este anos estamos a realizar a 9a Conferência Internacional sobre os Oceanos”, salientou.
O governante guineense disse que é muito importante para todos os países costeiros e países insulares que se envolvam com muita força nesta iniciativa global, porque os os recursos marinhos devem ser protegidos, devem ser conservados e devem ser geridos de forma a poder servir não só a nossa geração como também a geração futura.
“Vamos ver, então, como é que a Guiné-Bissau se posiciona quanto a estas questões”, frisou Viriato Cassamá, ministro guineense do ambiente que interveio em dois debates em Atenas, um deles do PRCM, o Programa Regional Costeiro Marinho, que engloba desde a Mauritânia até à Serra Leoa.
“A minha intervenção vai no sentido de mostrar o que é que a Guiné-Bissau tem na manga para cumprir o objectivo 30/30 do Quadro Global da Biodiversidade. Neste momento temos 26,3% do nosso território nacional, como as áreas protegidas, e é a meta 30/30 diz que até 2030, todos os países partes da convenção devem ter pelo menos 30% do seu território nacional como áreas protegidas”, afirmou.
Adiantou que, a Guiné-Bissau neste momento já conta com 26,3% e dentre esses 26,3%, 12,6 são áreas marinhas protegidas e 13,7 são áreas protegidas terrestres. E dentro dessas áreas protegidas terrestres, a Guiné-Bissau conta com uma cobertura florestal de 10% do Mangal e entre esses 10%, 29% da floresta do Mangal encontra-se dentro dessas áreas protegidas.
“E nós sabemos que temos os desafios a enfrentar relativamente ao atingimento desta meta 30/30 Mas o país tem implementado diversas iniciativas, que posso citar.E no mês de fevereiro último nós entregámos a nossa candidatura ou então a candidatura do arquipélago dos Bijagós como Património Natural Mundial da UNESCO.” Sublinhou Cassamá.
Informou que, esta acção visa proteger e preservar um dos ecossistemas mais ricos e diversos do país. Uma outra acção que temos estado a empreender é a criação de um santuário ecológico ao redor de algumas ilhas do arquipélago dos Bijagós, cobrindo 0,26% do território nacional. E esta acção também visa proteger as espécies vulneráveis e seus habitats. Por exemplo, as tartarugas marinhas.
Uma terceira acção que a Guiné-Bissau tem estado a empreender, de acordo com Viriato Cassama, é a criação da Segunda Reserva da Biosfera no Complexo do Cacheu e nas ilhas costeiras do Geta-Pecixe, abrangendo 11,7% do território nacional. Esta iniciativa visa promover, de um lado, o desenvolvimento sustentável e, por outro lado, a conservação da biodiversidade.”
“Nós implementamos políticas e regulamentos para proteger os nossos ecossistemas marinhos, combatendo assim a pesca ilegal e promovendo práticas sustentáveis. E, além disso, o que acabei de frisar, temos estado a fortalecer as nossas parcerias, tanto a nível regional como a nível internacional, para podermos partilhar informações e recursos na luta contra as ameaças transnacionais, como por exemplo, tráfico de droga e tráfico das pessoas humanas.” Salientou.ANG/RFI