”Guiné-Bissau desceu na categoria de “baixo desenvolvimento humano”, diz relatório do PNUD
(ANG) – A Guiné-Bissau “caiu” dois lugares no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) em 2022, em relação à avaliação feita pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em 2018, revelou a representante da organização, Alessandra Casazza.
A responsável da ONU falava no último fim de semana em Bissau na apresentação do relatório do IDH que avalia 193 países do mundo sobre os dados até 2022.
Nesse período, refere o relatório, a Guiné-Bissau passou do lugar 177 para 179, facto que Casazza disse ser “revelador dos desafios” nas áreas da saúde, educação e renda da população.
No relatório refere-se que a Guiné-Bissau se situa com um “índice baixo de desenvolvimento humano” (IDH) com o valor de 0,483 em 2022.
Em 2005, o IDH da Guiné-Bissau era de 0,402 pontos, o que significa uma subida de 20,1%.
“Entre 2005 e 2022, a esperança de vida à nascença na Guiné-Bissau subiu em 7,6 anos, os anos de escolaridade esperados aumentaram em 1,8 anos e os anos médios de escolaridade alteraram-se em 1,5 anos”, refere-se o relatório.
Até 2005, a esperança de vida à nascença na Guiné-Bissau era de 44,7 anos.
Mesmo com essas ligeiras subidas, a Guiné-Bissau figura no grupo 5 das avaliações, com o valor do IDH feminino em 2022 de 0,451 enquanto o dos homens se situa em 0,523, realça o PNUD.
Uma das razões da descida no índice de desenvolvimento humano é o acentuar da desigualdade na Guiné-Bissau, em 2022, que se cifra em 35,8%, o que contribuiu para uma redução do IDH em 0,310 pontos, lê-se no relatório.
O Índice de Desigualdade de Género (GII, na sigla inglesa), que mede as desigualdades de género nas vertentes de saúde reprodutiva, empoderamento e mercado de trabalho, coloca a Guiné-Bissau com um valor de 0,631.
Em 2022, realça ainda o PNUD, a Guiné-Bissau classifica-se em 159.º lugar entre 166 países cujos índices GII foram avaliados.
Presente no ato, em representação do Governo guineense, o ministro da Economia, Plano e Integração Regional, Soares Sambu, afirmou que os desafios globais dos últimos anos “tiveram impacto significativo” na economia e reflexos nos programas de saúde e de educação.
Sambu deu como exemplos “a crise mundial de 2008”, os “danos causados pelas alterações climáticas” dos anos subsequentes, o “pesadelo da pandemia da covid-19” e agora o “aumento de conflitos armados”.
Como consequência, o governante guineense afirmou que o mundo, em geral, e a Guiné-Bissau, em particular, foram afetados pela inflação e pelo aumento do preço dos produtos.
Soares Sambu sublinhou que a situação “é preocupante” pelo facto de o relatório situar a Guiné-Bissau “na parte inferior do Índice de Desenvolvimento Humano”, mas assegurou que as autoridades do país “vão continuar a tomar medidas para melhorar a situação”.ANG/Lusa