Marrocos-Cimeira África Azul/Declaração de Tânger apela à criação de um centro África-Europa para inovação e financiamento
(ANG) – A 3ª edição da Cimeira África Azul, realizada nos dias 9 e 10 de outubro em Tânger, encerrou com a adoção da Declaração de Tânger, apelando à criação de um “Centro Africano-Europeu para a Inovação e o Financiamento”.
A Declaração de Tânger apelou, assim, à criação de um “Centro Africano-Europeu para a Inovação e o Financiamento”, destinado a apoiar a industrialização azul e a promover a mobilização de instrumentos de financiamento e investimento para servir o continente africano.
Ela também enfatizou a importância de uma cooperação estreita com outras áreas continentais, particularmente com a União Europeia, que desenvolveu mecanismos políticos de parceria e financiamento entre os dois continentes.
Os participantes também enfatizaram a necessidade de estabelecer uma verdadeira paridade, particularmente nos cargos executivos das organizações marítimas africanas, ao mesmo tempo em que reconhecem o papel central da juventude africana nessa dinâmica.
Ela também reafirmou a importância do Acordo Kunming-Montreal, que visa atingir 30% de Áreas Marinhas Protegidas (AMPs) até 2030, ao mesmo tempo em que enfatizou a necessidade de acelerar a criação de novas AMPs, cujas realizações ainda permanecem abaixo das metas estabelecidas.
Nesta perspectiva, será criada uma rede africana-mediterrânica-europeia de áreas marinhas protegidas, a fim de reforçar o intercâmbio de capacidades e promover uma ação transcontinental coordenada.
A Declaração também elogiou o papel importante desempenhado pela coalizão, à qual já aderiram 40 países, pedindo uma pausa preventiva na exploração em águas profundas.
Os estados africanos foram, nesse sentido, convidados a se juntar ao grupo Ocean Pioneers, que atualmente inclui 25 países que ratificaram o tratado BBNJ e se juntaram à coalizão mencionada, marcando assim um forte compromisso com a governança responsável dos oceanos.
A Declaração finalmente apelou aos países africanos para que participem, ao mais alto nível político, na primeira Conferência de Alto Mar (COP1), agendada para o segundo semestre de 2026 na sede das Nações Unidas em Nova Iorque, e sublinhou a necessidade de implementar políticas de adaptação aos impactos das alterações climáticas, em particular o recuo da linha costeira e a poluição por plástico ou petróleo que afeta os ecossistemas costeiros e as reservas pesqueiras.
Este evento de dois dias marcou o lançamento da reflexão e do trabalho de elaboração do primeiro Pacto para uma África Azul Sustentável. Mais de 100 participantes, representando quase 30 países, participaram das reuniões dos quatro colégios temáticos responsáveis pela preparação dos trabalhos do Pacto: “Governança, Territórios e Segurança Marítima”, “Ciência e Educação”, “Economia e Finanças Azuis” e “Sociedade Civil”.ANG/FAAPA