
Moçambique/Daniel Chapo promete combater “terrorismo e manifestações”

(ANG) – O Presidente de Moçambique promete lutar sem tréguas contra todos os actos que ameaçam a ordem e a segurança públicas no país.
Daniel Chapo falava em comício popular na cidade de Pemba, em Cabo Delgado, a braços com o terrorismo desde 2017.
O estadista moçambicano falou segunda-feira num comício na cidade de Pemba, na província de Cabo Delgado, no norte do país, onde efetua uma visita de trabalho até 26 de Fevereiro e prometeu um combate cerrado contra as manifestações que se seguiram à divulgação dos resultados das eleições gerais de 09 de Outubro.
“Tal como estamos a combater o terrorismo e há jovens que estão a derramar o seu sangue, para a integridade territorial de Moçambique, para a soberania de Mocambique, para manter a nossa independência, aqui em Cabo Delgado mesmo se for para jorrarmos sangue para defender essa pátria contra as manifestações, vamos jorrar sangue”, disse o Presidente.
Ainda neste comício popular na cidade de Pemba e com transmissão em directo pelos órgãos estatais e não só, Daniel Chapo, deixou uma certeza.
“Vamos combater o terrorismo, vamos combater os Naparamas e vamos combater as manifestações“, insistiu.
Os naparamas são paramilitares moçambicanos que surgiram na década de 1980, durante a guerra civil, aliando conhecimentos tradicionais e elementos místicos no combate aos inimigos, atuando em comunidade.
Em resposta, o ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane criticou as declarações do Presidente moçambicano sobre a necessidade de “defender a pátria” contra as manifestações, classificando o discurso como inconstitucional.
“Em Moçambique não há pena de morte (…) A nossa Constituição diz que o direito à vida é um direito fundamental e é por isso que em Moçambique não há pena de morte. Não podemos, de forma alguma, independentemente da nossa posição, ir a público e dizer que, para preservar isto ou aquilo, vamos derramar sangue”, declarou Mondlane, durante cerimónias oficiais de celebração dos cinco anos desde a elevação de Vilankulo, na província de Inhambane, à categoria de município.
Já hoje, Daniel Chapo veio dizer que o seu discurso de apelo à “defesa da pátria” contra manifestações foi “manipulado”.
“Nós estamos a apelar para que as pessoas parem de fazer manifestações violentas, ilegais e criminosas. São estas manifestações a que nos estamos a referir”, concluiu o líder moçambicano.ANG/RFI