RDN/Autoproclamado diretor-geral restringe à 10 pessoas, entradas de técnicos e jornalista na estação
(ANG) – O autoproclamado diretor-geral da Radiodifusão Nacional(RDN), Mamasaliu Sané só admitiu hoje a entrada de apenas dez trabalhadores nas instalações da estação emissora, na sequência de manifestação realizada, segunda-feira, pelos funcionários contra sua pessoa.
Mamasaliu Sané se assumiu nos últimos dias, como novo responsável do órgão e contra-ataca dizendo que o diretor-geral Baió Dansó e os responsáveis de informação estavam a praticar a censura, após o Presidente da República Umaro Sissoco Embaló, ter dissolvido o parlamento e demitido o Governo eleito, no passado dia 04, na sequência de confrontos armados entre a Guarda Nacional e as Forças Armadas.
Numa conversa telefônica, um dos funcionários da RDN, Emerson Gomes Correia, confirmou à ANG a existência de uma lista com os nomes dos trabalhadores autorizados hoje a entrar na estação emissora.
Disse que, a Rádio Nacional conta com um pouco mais 90 funcionários entre técnicos, administradores e jornalistas.
Na segunda-feira os funcionários se manifestaram diante da estação contra Mamasaliu Sané que nos últimos dias se assumiu como novo responsável do órgão e que foi acusado pelos trabalhadores de estar a impor censura.
Em declarações à imprensa, Filomena Tavares disse que desde o passado dia 6 que Mamasaliu Sané, antigo diretor do órgão, se assumiu como novo responsável da estação “sem que tenha sido nomeado por ninguém”.
“Na passada quarta-feira, o senhor Mamasaliu Sané, antigo diretor-geral, chegou aqui com polícias e mandou reunir o ‘staff’ que o diretor-geral, Baio Danso, nomeou e disse-nos que a partir daquele dia ele é que é o diretor-geral da Rádio Nacional”, afirmou Tavares.
Falando numa vigília em que os funcionários empunhavam velas acesas, em “sinal de luto” na Rádio Nacional, Filomena Tavares disse que a manifestação visa denunciar, não só a forma como Mamasaliu Sané assumiu a direção da RDN, mas também pela censura de informações que tem sido imposta no órgão.
“Entendemos que isso é um assalto à Rádio Nacional, uma falta de respeito aos funcionários desta rádio que acompanhou o processo da independência da Guiné-Bissau e que está a trabalhar para o desenvolvimento do país”, notou ainda Filomena Tavares.
Os funcionários pretendia manter a vigília até à tarde de segunda-feira mas a polícia os dispersou quando estavam a dar entrevistas para vários órgãos de comunicação social.
Mamasaliu Sané fora nomeado em Conselho de Ministros pelo Governo de iniciativa presidencial que cessou funções com a realização de eleições legislativas antecipadas de Junho passado, ganhas pela Coligação PAI-Terra Ranca, coordenada pelo PAIGC.
O Governo resultante das eleições de Junho nomeou Baio Danso, Diretor-geral da RDN, dando por finda a comissão de serviço que Mamasaliu Sané exercia no órgão. Mal acaba de ser anunciado a dissolução do parlamento no dia 04 de Dezembro, e na ausência do Diretor-geral em exercício, Sane insurgiu-se com polícias na RDN e autoproclamou-se novo DG da RDN. ANG/LPG/ÂC//SG