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Relator Especial da ONU afirma que 74 por cento dos guineenses consomem água não bebível

Relator Especial da ONU afirma que 74 por cento dos guineenses consomem água não bebível

(ANG) – O Relator Especial das Nações Unidas (ONU) sobre os Direitos Humanos , Água Potável Segura e  Saneamento  afirmou hoje  que 74 por cento dos guineenses consomem água não bebível.

Pedro Arrojo-Agudo que falava em conferência de imprensa, disse que a estatística oficial feita durante a sua visita de 10 à 19 deste mês, aponta que apenas 24 por cento da população guineense  tem acesso à serviços de água potável gerido de forma segura.

Afirmou que para além de grande esforço associado a recolha da água, o próprio líquido é muitas vezes inseguro, carecendo de cloração e desinfeção adequadas.

O especialista se alarmou com  o facto de não haver acesso a água potável nas instalações sanitárias, nas escolas,  e nos centros de detenção.

Arrojo-Agudo disse que é urgente que o país dê prioridade à água e ao saneamento, se quiser melhorar a vida da sua população, em particular das mulheres e das crianças.

O perito da ONU sublinhou que o país tem um tesouro nos seus aquíferos(formações geológicas
que pode armazenar água subterrânea) e deve fazer esforços consistentes para os preservar, particularmente, à luz dos riscos crescentes colocados pelas alterações climáticas.

Recomenda que  os aquíferos da Guiné-Bissau sejam estudados e mapeados, a fim de os proteger e optimizar as suas utilizações.

 “Apesar disso, a Guiné-Bissau registou progressos nos acordos transfronteiriços assinados para gestão sustentável das  bacias hidrográficas e do aquífero atlântico,” afirmou.

Pedro Arrojo-Agudo disse que 80 por cento da população se debate  com problemas de salinidade nas zonas costeiras e diz que é urgente resolver o problema dos aquíferos devido a subida do nível do mar.

 “Um caso extremo que testemunhei nas comunidades insulares de Djobel, que não têm água e necessitam, urgentemente, de uma reinstalação condigna”, frisou.

Pedro recomendou ao Governo a tomada de  medidas imediatas para garantir que todos os centros de saúde tenham um abastecimento de água fiável e que a mesma deve ser recolhida em tanques seguras, e ainda exortou a realização de campanhas de  sensibilização do público sobre a importância da cloração da água.ANG/JD/ÂC//SG

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