
Religião/ Vice-presidente da URPAO anuncia partilha de recomendações da 10ª Conferência da organização com as três plataformas políticas do país

(ANG) – O Coordenador da Associação do Clero Diocesano da Guiné- Bissau e vice-presidente da União Regional dos Pares da Africa Ocidental(URPO)Padre Augusto Mutna Tambá anunciou ,no domingo, a realização de vários encontros com as três plataformas políticas do país, nomeadamente o PAI – Terra Ranka, API “cabas grande”, Republicanos nó kumpu, para partilha da recomendações saídas na 10ª conferencia da organização realizada, em Junho do ano passado, em Bissau.
Em declarações à imprensa sobre a disseminação dessas recomendações que só agora é apresentado, públicamente, Padre Mutna Tambá disse que estão previstas a realização de encontros entre líderes religiosos, não só católicos, mas também muçulmanos, evangélicos e da religião tradicional.
Acrescentou que serão realizados na primeira semana de Março encontros com as organizações juvenís para em Outubro ser entregue um documento na Assembleia Nacional Popular(ANP).
Na conferência, conforme o vice-presidente da URPAO , foram debatidos vários assuntos entre os quais, a situação das igrejas e prooblemas sociopolíticos.
“Noutras partes do mundo, e também na Guiné Bissau, pode existir a tendência de pensar que a minha religião ou etnia é mais importante do que do outro. Não é bem assim, porque todos nós somos do mesmo país e do mesmo Deus”, afirmou.
Mutna disse que quando se trata de assunto como este, ninguém poder ser deferente, e defende que deve-se unir e trabalhar juntos para encontrar solução sobre extremismo violento na África subsaariana.
Instado a falar sobre as causas do extremismo disse que pode ser a falta de melçhores condições de vida ou do controlo dos pais para com os filhos.
Segundo Padre Augusto Mutna Tambá, a pobreza contribui muito para surgimento desse fenômeno.
Disse que na Guiné-Bissau a questão de intolerância étnico religioso nunca constituiu uma ameaça para coesão o que, diz, faz dos guineenses um povo pacífico tolerante e carecterizado pela sua riqueza cultural étnico.
Disse que a 10ª conferência produziu recomendações para chefes de Estados e os Bispos assumem as suas responsabilidades rezando para que haja o bem do país e contribuir para que não haja desconfiança entre religiosos.
Os padres recomendam aos Chefes de Estado a promoção da paz e a justiça através de sua comunicação visando o desenvolvimento de África;
Trabalhar para evitar incitação à intolerância e à instrumentalização étnico-religiosa; Respeitar a Constituição da República; Ajudar os cidadãos a preservarem a sua diversidade étnica, cultural e religiosa; Reforçar a convivência pacífica, segura e tolerante através do controlo das fronteiras, respeitando as leis transfronteiriças e a carta dos direitos humanos; Combater o fenômeno de intolerância e do extremismo através das leis da República, Investigar através das instâncias competentes e trazer a justiça os responsáveis pelos atos de intolerância étnico religioso que tendem a pôr em causa a paz social.
Aos Bispos para exercerem o papel profético com coragem e determinação; reforçar a educação em valores étnicos e morais; Ser agentes efetivos da paz, da reconciliação e da coesão nacional;Manter equidistantes da política dos partidos políticos;Exortar para a Liberdade e Verdade.
No documento lido no domingo(26) na Igreja Santo António de Bandim ,em Bissau,pelo Padre Abulai Sanhá, pede-se aos fiéis leigos para não permitir que a política, a etnia ou a religião divida a socidade.
Refere que os padres Católicos da Africa Ocidental se comprometem em promover a identidade sacerdotal; assegurar a credibilidade da Igreja como sacramento da unidade de todos os povos;trabalhar para encorajar o diálogo inter-religioso e entre etnias, evitar que os Padres e Religiosos tomem parte na militância política.
A 10ª conferência da URPAO decorreu no passado mês de Junho em Bissau, sob o lema O papel profético dos padres face à intolerância e à instrumentalização étnico-religiosa na África subsaariana”.
ANG/LPG//SG