Caju/”Falta de autoridade de Estado estrangula comercialização da castanha ”, diz Presidente da ANAG
(ANG) – O Presidente da Associação Nacional dos Agricultores da Guiné(ANAG), afirma que a falta de autoridade do Estado no sentido de fiscalização do cumprimento das normas, tem sido o principal fator de estrangulamento das sucessivas campanhas de comercialização da castanha de caju no país.
Jaime Gomes Boles falava hoje em entrevista à ANG, sobre as perspectivas da sua organização para a campanha de comercialização da castanha 2024, que se avizinha.
“A campanha de comercialização deve ser fiscalizada e arbitrada, aliás foi por causa disso que foi criada a Agência Nacional de Caju(ANCA-GB) mas que agora deixou de funcionar”, salientou.
Aquele responsável sublinhou que o setor de caju se encontra atualmente “vandalizado”, e que cada um faz o que lhe entender, e sustenta que todos querem se enriquecer a custa de caju.
“Até os ministros fazem a campanha de caju, o que não é permitida por lei. Quando é assim torna-se difícil fiscalizar a implementação das normas, porque não se pode fazer o papel de árbitro e jogador ao mesmo tempo”, disse.
Jaime Boles disse que, quanto mais a campanha for desorganizada, os “ditos”, empresários do setor terão mais possiblidades de explorar o pobre camponês.
O Presidente da ANAG afirmou que, foi nessa perspectiva que foi estipulada a estrutura de custo, que fixa o preço de base, de orientação e de referência que todos os intervenientes do sector devem aplicar no terreno.
Perguntado sobre o que falhou nos últimos anos com a comercialização da castanha de caju, Jaime Boles respondeu que tem a ver com o desfuncionamento do país.
“A título de exemplo, se as autoridades competentes definirem preços de referência para a compra da castanha e este vier a não ser respeitado, porquê que não pode haver sanções para os infratores”, questionou.
Aquele responsável salientou que, se as coisas foram postas nos seus respetivos lugares a campanha de comercialização do presente ano pode ser melhor, mas diz que se assim não for a próxima campanha será pior em relação aos anos anteriores.
Abordado sobre o que se pode esperar da ANAG para a melhoria da campanha de comercialização da castanha de caju, disse que a contribuição da ANAG passa pelo cumprimento de aplicação das regras constantes nas estruturas orgânicas do setor, segundo as quais cada ator deve jogar o seu papel no sentido de aumentar a qualidade e produtividade de pomares de caju.
“O Governo deve criar mecanismos para a renovação de pomares de caju, que já estão velhos, combater as pragas, introduzir boas práticas de produção e conservação do produto entre outras ações”, disse.
Afirmou que todos os intervenientes do setor devem sentar-se a mesma mesa e definir novas estratégias de caju, enquanto principal produto de exportação do país.
Por isso, Jaime Boles recomenda que, no final de cada campanha, se faça o balanço para se saber o que foi bom, onde houve falhas e como devem ser corrigidos os erros cometidos.ANG/ÂC//SG