Comunicação Social/Bastonário da Ordem dos Jornalistas aconselha Chefe de Estado a não abrir “guerra” contra imprensa
(ANG) – O Bastonário da Ordem dos Jornalistas da Guiné-Bissau(OJ-GB),aconselhou hoje ao Chefe de Estado a não abrir “guerra” contra os meios de comunicação social, “porque a imprensa pode lhe servir melhor na sua ofensiva diplomática”.
António Nhaga reagia à ANG as recentes declarações do Chefe de Estado Sissoco Embaló em que usou termos “caral… e fod..”, quando foi questionado por um jornalista sobre a realização das eleições presidenciais ainda este ano na Guiné-Bissau, conforme as exigências de maioria dos partidos políticos com assento parlamentar.
O Bastonário disse que a atitude do Presidente da República não é corecto.
“Como primeiro magistrado da Nação devia ser o primeiro a respeitar a imprensa uma vez que o maior sucesso no seu exercício como Chefe de Estado é a imprensa guineense que o divulga, e é o maior instrumento que ele tem para vencer as eleições caso o queira “,disse.
Nhaga afirmou que a imprensa guineense está morta por isso a imagem do país não pode ser melhor lá fora, salientando que nenhum orgão de informação estrangeira pode o fazer.
Falando da reação das organizações que representam a classe nomeadamente o Sindicato Nacional dos Jornalistas e Técnicos da Comunicação Social (Sinjotecs) e a Confederação Nacional das Organização da Imprensa que se divergiram em relação ao alegado insulto do Chefe de Estado aos jornalistas, António Nhaga disse que não era preciso entrar em divirgências, mas sim mostrarem ao Chefe de Estado que essas ações mancham a imagem não só do PR mas de todo o país.
“A imagem de um país é feita pela imprensa nacional e o Presidente da República deve criar um imaginário coletivo . Ninguém é inimigo do Presidente e é por isso que ele não deve ser defendido, ele deve saber como usar a imprensa para elevar a imagem da Guiné-Bissau ”,frisou.
Nhaga criticou que a divergência entre as duas organizações da classe é a prova de que a escola do jornalismo guineense não é o que devia ser, salientando que não há capacidade de destinguir o que é a legislação e o que é a ética profissional.
Disse que a partir de 2012 o país armou o que chamou analfabetos funcionais ou seja pessoas com telemóveis nas mãos sem capacidade para avaliar a informação e sem saber o que isso vai dar.
O Bastonário considerou de pena esta falta de sintonia entre os orgãos da classe, uma vez que esta divergência não vai ajudar nem um nem outro, tendo considerado comportamentos como estes de “baixo nível” e voltou a questionar os critérios para as pessoas serem chamados de jornalistas que para ele não basta saber escrever e falar bem.
“O que existe na Guiné-Bissau é advogalismo e não jornalismo e é preciso formação”, disse António Nhaga.ANG/MSC/ÂC//SG