
Angola/ Governo nega acordo com jornalistas sobre aumento salarial

(ANG) – O Sindicato dos Jornalistas de Angola(SJA) anunciou ter chegado a acordo com os Conselhos de Administração dos Órgãos Públicos de Comunicação Social sobre o aumento salarial de 58% para a classe, a partir de Agosto deste ano, com retroactivos a partir do mês de Junho.
A tutela reage e nega ter acertado reajustar os salários dos jornalistas, esclarecendo que o assunto é da competência do governo central.
Os jornalistas das empresas públicas realizaram esta semana uma assembleia de trabalhadores, cujo objectivo foi de analisar as respostas do patrão em relação as preocupações apresentadas pelos trabalhadores.
Na ocasião, o secretário-geral adjunto do Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA), André Mussamo, revelou o aumento de 58% do salário base da classe já em agosto, como resultado das negociações com a entidade patronal.
“Um dos principais pontos que colocávamos era o incremento de 100% do salário base dos trabalhadores dos órgãos públicos de comunicação social. Mas, como todos os processos, ao longo da negociação, recebemos contrapropostas e chegamos a acordo para um aumento de 58%, a implementar já no salário de Agosto, mas a contar com o retributivo no mês de Junho”, anunciou o jornalista, também presidente do MISA-ANGOLA.
Em reacção, o porta-voz da comissão negocial da imprensa pública, Pedro Neto, desmentiu a posição do sindicato, alegando que o mote do incremento salarial dos jornalistas é da responsabilidade do executivo e não das empresas.
“Não foi uma decisão em relação a essa percentagem. Aliás, as empresas de comunicação social não têm competência para decidir sobre aumentos, para mexer nos salários. Portanto, isso é uma competência do Governo. Portanto, não incumbe àquela comissão negocial decidir sobre esse aumento e para mais dois meses depois, portanto, no mês de Agosto”, desmentiu Pedro Neto.
Entretanto, face ao pronunciamento da comissão negocial dos órgãos públicos, o Sindicato dos Jornalistas Angolanos fez sair um comunicado nesta quinta-feira, 3 de julho, a apelar aos associados a se manterem calmos e serenos, por acreditar no bom senso dos gestores dos órgãos públicos em relação ao cumprimento do acordo. ANG/RFI