Bélgica/João Gomes Cravinho é o novo representante especial da União Europeia para o Sahel
(ANG) – Os responsáveis pela diplomacia europeia nomearam segunda-feira, o antigo ministro português dos Negócios Estrangeiros para o cargo de representante especial da União Europeia para o Sahel.
João Gomes Cravinho assume o cargo já no próximo mês de Dezembro, devendo permanecer em funções até Agosto de 2026.
Em comunicado, a instituição refere que o novo responsável vai trabalhar para o alcance da “paz duradora, estabilidade e desenvolvimento” desta região, que integra o Burkina Faso, o Chade, Mali, a Mauritânia e o Níger, estratégica em termos de segurança.
Enquanto representante especial da União Europeia para o Sahel, João Gomes Cravinho vai “colaborar com os países da bacia do Lago Chade, outros países e entidades regionais ou internacionais dentro e fora da região, incluindo o Magrebe e o Golfo da Guiné e os países vizinhos afetados pela dinâmica do Sahel”, avança o documento.
De acordo com a agência de notícias Lusa, a nomeação do antigo ministro português dos Negócios Estrangeiros já tinha sido acordada na semana passada, mas foi oficializada hoje, em Bruxelas, com João Gomes Cravinho a assumir o cargo no próximo mês de Dezembro, devendo permanecer em funções até Agosto de 2026.
A região do Sahel atravessa actualmente várias crises simultâneas, como a crise de segurança com ataques regulares perpetrados por grupos armados e terroristas contra civis e forças de segurança, acrescentando-se a vaga de golpes de Estado. Para além da Guiné Conacri houve registo de três golpes militares no Burkina Faso, no Níger e no Mali.
No passado mês de Outubro, em declarações à agência de notícias Lusa, João Gomes Cravinho considerou que a Europa é o único continente que será capaz de resolver os problemas desta região.
“Trabalho não me vai faltar, e importância estratégica da região para a Europa também não; se não tomarmos conta disto, e mais ninguém vai tomar, porque os Estados Unidos olham para o Sahel como um problema que afeta a Europa, a NATO também não tem instrumentos nem vocação para trabalhar aqui, portanto é a União Europeia que tem de usar os seus instrumentos para gerar uma dinâmica diferente na região“, disse.
Desde 2014, que a União Europeia e os Estados-membros disponibilizaram cerca de 8 mil milhões de euro para apoiar a segurança, a defesa, assistência humanitária e desenvolvimento da região.ANG/RFI