
”É fundamental colaboração intersectorial para garantir a resiliência do sector de água”, diz Aissatu Indjai

(ANG) – A Inspetora-geral do Ministério dos Recursos Naturais, disse que é fundamenta adotar estratégias baseadas em dados tecnológicos e a colaboração intersectorial para garantir a resiliência do sector de água e saneamento às alterações climáticas.
Aissatu Indjai falava hoje, em representação do ministro, na abertura dos trabalhos da Sessão Técnica de Avaliação de Riscos Climáticos no Setor de Água e Saneamento, que envolveu individualidades de deferentes instituições pública e privadas ligadas ao sector.
O evento, que decorre durante o dia de hoje, é organizado pelo governo em parceria com o Fundo das Nações Unidas para Infância UNICEF, com o objetivo de analisar os desafios impostos pelas mudanças climáticas, avaliar os riscos associados e identificar medidas estratégicas para garantir a resiliência dos serviços de água e saneamento no país.
Aissatu Indjai disse que as mudanças climáticas têm provocado eventos extremos, como secas prolongadas, inundações severas e elevação do nível da água do mar, que impactam directamente a disponibilidade e qualidade da água e afectam, não apenas o abastecimento humano, mas também a agricultura, indústria e o ecossistema.
Disse que os trabalhos de avaliação dos riscos climáticos vão permitir a identificação da vulnerabilidade, planejar soluções eficazes e investimentos em infraestruturas, gestão integrada dos recurso hídricos e inovação para garantir a segurança hídrica no futuro.
Acrescentou que a educação ambiental e consciencialização da população sobre o uso responsável da água são fundamentais para reduzir os impactos das mudanças climáticas no sector da água.
A crise climática, segundo Aminta Medina, que falou em nome do representante do UNICEF no país, representa um desafio crescente para o acesso equitativo à água potável, saneamento e higiene, afectando directamente a saúde e bem estar das populações mais vulneráveis e, em especial, as crianças e mulheres.
“Cada vez mais, assistimos eventos extremos, como as secas prolongadas e a inundação, que comprometem a disponibilidade e qualidade da água, intensificando a propagação de doenças de origem hídricas”, disse.
Perante esta situação, conforme Aminta Medina, o UNICEF, o Governo da Guiné-Bissau e as comunidades, avançam para a implementação de estratégias que garantam serviços de água, saneament e higiene acessíveis e resilientes à mudanças climáticas.
O representante do Diretor-geral dos Recursos Hídricos, Maurício Correia de Matos lembrou que o Sector Autónomo de Bissau se situa na zona costeira e que muitos furos profundos de água que atingem ao aquífero(formações geológicas que armazenam água subterrânea) transfronteiriço, é partilhado entre a Guiné-Bissau, Mauritânia, Senegal e Gâmbia, com uma profundidade media de mais 200 metros.
Disse que os furos que estão a ser feitos ao nível da capital, tendo em conta a falta de estudos, associados às alterações climáticas podem provocar o avanço da língua salina ou a água do mar, com possibilidade de contaminar o aquífero.
Por isso, defendeu a tomada de medidas preventivas para evitar a inversão de fluxo, que facilitasse a penetração da água do mar , não saudável para consumo humano.
Maurício de Matos sugeriu a produção e publicação de um Despacho da parte do Ministério dos Recurso Naturais para impedir perfurações profundas ao nível do Sector Autónomo de Bissau, sobretudo aquelas que são usadas para abastecimento de piscinas, porque “a população precisa de água
para consumo”.
Ao nível das regiões, disse que entre Abril e Maio, com o abaixamento do nível de água e as alterações climáticas, os poços construídos secam-se e a população percorre quilómetros a procura da água nos poços com poucas condições para o uso doméstico e não só.ANG/LPG/ÂC//SG