Faixa de Gaza/Israel só liberta detidos palestinianos após confirmação de que todos os reféns foram entregues
(ANG) – Israel só vai começar a libertar os detidos palestinianos a partir do momento em que tiver a confirmação de que todos os reféns israelitas, vivos e mortos, foram efectivamente entregues, avançou este domingo um porta-voz do primeiro-ministro israelita.
Telavive diz estar pronto para receber imediatamente todos os reféns ainda detidos pelo Hamas.
“Os prisioneiros palestinianos serão libertados uma vez que Israel tiver a confirmação de que todos os reféns – que devem ser libertados amanhã [13 de Outubro] – terão atravessado a fronteira com Israel”, as palavras são de Shosh Bedrosian, porta-voz do primeiro-ministro israelita. “Uma vez obtida essa confirmação, os autocarros com os prisioneiros devem arrancar e começar a sua viagem”, acrescentou.
As autoridades israelitas esperam que a libertação dos reféns detidos na Faixa de Gaza há mais de dois anos comece “no início da manhã desta segunda-feira”.
Israel e o Hamas acordaram, na semana passada, a primeira fase do plano do presidente norte-americano Donald Trump, destinado a pôr termo à guerra na Faixa de Gaza. Nos termos deste plano, o Hamas deve libertar até amanhã ao meio-dia os 48 reféns (vivos ou mortos) ainda em Gaza.
Durante a última trégua, a confirmação da identidade dos reféns mortos só foi obtida após uma autópsia no instituto médico-legal de Israel (Abu Kabir).
Quanto aos palestinianos que devem ser libertados, 250 são “detidos por razões de segurança”, incluindo numerosos condenados por atentados mortais anti-israelitas, mas também 1.700 palestinianos detidos pelo exército israelita em Gaza desde Outubro de 2023. O Hamas insiste que este grupo deve incluir vários líderes importantes do movimento, nomeadamente Marwan Barghouthi, Ahmed Saadat, Ibrahim Hamed e Abbas al-Sayed.
A troca deve ocorrer antes da reunião de Sharm el-Sheikh. A Cimeira da Paz de Gaza realiza-se amanhã à tarde. O presidente norte-americano, Donald Trump, e o presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, vão presidir ao encontro, na presença de líderes de mais de 20 países e das Nações Unidas.ANG/RFI