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França/Chade e Senegal lamentam declarações do Presidente francês

França/Chade e Senegal lamentam declarações do Presidente francês

 (ANG) – Os governos do Chade e do Senegal lamentaram as declarações do Presidente francês Emmanuel Macron que considerou que os dirigentes africanos “esqueceram de dizer obrigado” a Paris pela luta contra o terrorismo no Sahel.

O governo do Chade fala em “atitude de desprezo perante África e os africanos”, enquanto o primeiro-ministro do Senegal desmentiu abertamente as afirmações do Presidente francês.

As declarações de Emmanuel Macron indignaram os governos do Chade e do Senegal. Esta segunda-feira, numa reunião anual com os embaixadores em França, o Presidente francês disse que Paris teve razão em intervir com uma missão militar contra o terrorismo no Sahel desde 2013, mas que os dirigentes africanos se esqueceram de dizer obrigado.

Em resposta, num comunicado lido na televisão estatal esta segunda-feira à noite, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Chade, Abderaman Koulamallah, falou em “grande preocupação perante as declarações do Presidente francês que, no seu entender, “reflectem uma atitude de desprezo perante África e os africanos”.

O ministro sublinhou que o Chade “não tem nenhum problema com França”, mas que os dirigentes franceses devem aprender a respeitar o povo africano”. Abderaman Koulamallah escreveu, ainda, que o papel determinante de África e do Chade na libertação de França nas duas guerras mundiais nunca foi “verdadeiramente reconhecido” por Paris, nem os “sacrifícios dos soldados africanos”. O ministro acrescentou que “em 60 anos de presença, a contribuição francesa foi maioritariamente limitada a interesses estratégicos próprios, sem impacto durável para o desenvolvimento do povo chadiano”.

A 28 de Novembro, Ndjamena rompeu os acordos militares que duravam há 60 anos com a antiga potência colonial e as operações de retirada começaram em Dezembro.

Por sua vez, o primeiro-ministro do Senegal, Ousmane Sonko, desmentiu directamente o Presidente francês ao classificar como “totalmente errada” a afirmação segundo a qual Paris propôs aos presidentes africanos a reorganização da presença militar francesa e lhes deu a primazia de o anunciar.

Ousmane Sonko disse que “não houve nenhum debate ou negociação e que a decisão tomada pelo Senegal é da sua inteira responsabilidade, enquanto país livre, independente e soberano”. Em Dezembro, o primeiro-ministro já tinha dito que se os soldados africanos, maltratados e depois traídos, não tivessem sidomobilizados para a Segunda Guerra Mundial para defender a França, esta talvez ainda fosse hoje alemã”.

Dakar anunciou, nas últimas semanas, para 2025 o fim da presença militar francesa e estrangeira no solo nacional. O Senegal era um principais aliados africanos de França depois da independência, mas os dirigentes que chegaram ao poder no ano passado trouxeram uma agenda de ruptura e prometeram tratar França da mesma forma que os outros países estrangeiros.

Entre 2022 e 2023, quatro antigas colónias francesas, o Níger, o Mali, a República Centro-Africana e o Burkina Faso, exigiram a retirada dos militares franceses. Há pouco mais de um mês, o Senegal e o Chade fizeram o mesmo e há dias foi a vez da Costa do Marfim tomar a mesma posição. ANG/RFI

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