Rússia/Presidente russo alerta que conflito na Ucrânia ganhou dimensão “mundial”
(ANG) – O Presidente russo alertou, este fim de semana, que o conflito na Ucrânia ganhou contornos de uma guerra “mundial” e disse que não exclui a possibilidade de atacar países ocidentais.
As ameaças de Vladimir Putin acontecem no dia em que Moscovo disparou sobre o território ucraniano um míssil hipersónico concebido para transportar uma ogiva nuclear.
O discurso de Vladimir Putin e o disparo sobre a Ucrânia de um míssil russo hipersónico de alcance intermédio, concebido para transportar uma ogiva nuclear, são vistos como um sinal claro de escalada militar. Washington, a União Europeia e Londres acusaram a Rússia de provocar uma escalada; Paris denunciou um evento “extremamente grave”; a China apelou à calma e a NATO convocou uma reunião com a Ucrânia para terça-feira. O Presidente ucraniano, Vodlodymyr Zelensky, acusou Moscovo de querer usar a Ucrânia como “campo de treino militar” e pediu ao mundo para reagir.
A subida de tom surge dois meses antes do regresso de Donald Trump à Casa Branca – com a sua previsível redução ou interrupção de ajuda militar à Ucrânia – e dias depois de o Presidente cessante, Joe Biden, ter autorizado o uso de armas americanas nos ataques ucranianos em território russo. Essa decisão dá uma dimensão “mundial” ao conflito, avisou Vladimir Putin, esta quinta-feira, num discurso surpresa à nação, no qual anunciou que um posto de comando russo na região de Kursk tinha sido alvo de um ataque de mísseis ocidentais de longo alcance e que foi, por isso, que ordenou ao seu exército que disparasse um novo míssil hipersónico contra a Ucrânia.
Esta terça-feira, o Kremlin oficializou um novo plano sobre armas nucleares, no qual autoriza a Rússia a recorrer a elas em caso de ataque “em massa” por um país não dotado da arma nuclear mas apoiado por nações que o sejam, numa referência à Ucrânia e aos Estados Unidos.
Além de Washington, Londres e Paris também forneceram à Ucrânia mísseis capazes de atingir território russo, enquanto Berlim recusou categoricamente fazê-lo em nome da “prudência”.
Entretanto, na manhã desta sexta-feira, o ministro da Defesa russo, Andrei Belousov, afirmou ter frustrado a campanha militar ucraniana para 2025.ANG/RFI