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50 anos da independência/ Analista político considera  conquista da independência  “maior ganho” para o país

50 anos da independência/ Analista político considera  conquista da independência  “maior ganho” para o país

(ANG) – O analista político apontou hoje a conquista da independência como “maior  ganho” do povo guineense, perante o  incumprimento do Programa Maior.

O desenvolvimento do país foi traçado pelo Fundador da Nacionalidade guineense e cabo-verdiana, Amilcar Lopes Cabral, como o Programa Maior e a conquista da liberdade como Programa Menor.

Diamantino Domingos Lópes, falava em entrevista exclusiva à ANG sobre o balanço dos  50 anos da independência da Guiné-Bissau,que se assinala no próximo di 24 de Setembro .

Disse que as espectativas são enormes uma vez que o país vai celebrar no próximo dia 24 de Setembro, meio século da sua existência como Nação livre e independente.

Segundo Domingos Lópes, foi uma etapa longa e a data é  esperada com muita pomba e circunstância, uma vez que é o maior ganho da Guiné-Bissau até a data presente. “É natural que as espectativas sejam altas” .

Domingos Lopes salientou que apesar de a liberdade ser o Programa Menor,   valeu a pena, porque as pessoas viviam numa situação de dominação e exploração e o componente cultural tem a ver com o realce da identidade guineense.

Questionado sobre o que deve ser corrigido para a satisfação do desejo de ter uma Guiné melhor, em termos de desenvolvimento e bem-estar social, Lopes disse que nada precisa ser corrigido, uma vez que nada foi feito ainda ou seja o Programa Maior nunca chegou de ser iniciado, salientando que volvidos 50 anos , o “Programa Maior está como está”.

“Quando falamos do Programa Maior estamos a falar de desenvolvimento da Guiné-Bissau e nenhum guineense sente o país nesta prespetiva, e todos sabem que podíamos fazer muito mais durante este tempo  todo, mas nada foi feito, ou seja, a desigualdade social ainda é enorme, o nível de vida das populações é muito baixo, há pobreza extrema, a educação de qualidade e muito baixa, quase inexistente, há problema de acesso à saúde, de infraestrutura e muitos outros”,salientou.

Para Lopes, nem para dar continuidade à estratégia da administracção colonial o país não foi capaz, e o povo passa por uma situação muito complicada e pode até pôr em causa as celebrações dos 50 anos,  daí que, diz, muitos advogam que seria melhor continuar com a administracção colonial, porque, dizem , tudo de bom que havia não foi conservado e nada de melhor ou igual foi feito depois da independência.

“Digo isso porque ainda existe um pequeno grupo de pessoas neocolonialistas e pequenos burgueses pertencentes à classe política e empresial que tomou conta das riquezas do país e estão a fazer pior do que os colonialistas portugueses fizeram. A torturar as pessoas, seja fisica ou psicologicamente, a prender, entre outros abusos, e é por isso que o Programa Maior está comprometido “,disse.

O analista político disse que a liberdade de expressão está à imagem do que foi o comprimento do Programa Maior, que endossa tudo e que, até ao momento, segundo  diz, o país não sabe lidar com estes desafios que são componentes  da democracia, pois  assistiu -se, num passado recente, a invasão à um orgão de comunicação social, por parte das autoridades nacionais com armas do fogo, que podiam tirar vida aos jornalistas .

Lopes disse que isso e mais outros atos demonstram  o que foi a  liberdade de imprensa e de expressão, e os direitos humanos  ao longo destes 50 anos de independência .

Apesar dessa carateriazação negativa dos 50 anos, Domingos Lopes diz que ainda é possivel resgatar o país e dar-lhe o rumo ao desenvolvimento.

“Para isso, o povo precisa ser orientado sobre o caminho que deve andar e essa responsabilidade é de quem governa o país. Ele é que define o modelo de cidadão que quer e isso se faz através da escola, com uma verdadeira educação, com foco em formar homens de verdade integro, com capacidade de lidar com multiplas adversidades e que vê  no proximo a sua imagem. Isso é um modelo que se define”explicou Lopes.

Acrescentou defendendo que o  Estado  deve investir nas famílias como alicerce de tudo e diz  que, “se a familia desestabilizar a sociedade também se desestabiliza”.

“ O Estado que tem de saber em que condições vivem os seus cidadãos ,deve promover o emprego e repartir as riquezas do país para cada familia. Mas se manter o modelo económico vigente será dificil chegar ao desenvolvimento, tanto almejado”, disse o analista político, Diamantino Lopes, professor universitário e jornalista . ANG/MSC//SG

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