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Comunicação social/ Relatório revela violação de Código Ético por cinco rádios nacionais e pede formação para  jornalistas e apresentadores

Comunicação social/ Relatório revela violação de Código Ético por cinco rádios nacionais e pede formação para  jornalistas e apresentadores

(ANG) – A Associação das Mulheres Profissionais da Comunicação Social (AMPROCS ) acaba de divulgar  um relatóriode frequências de violação do “Código Ético”, em  que cinco rádios são apontadas como violadoras deste princípio.

Esta conclusão do relatório resultou de uma monitoria  realizada entre 09 de Março e 09 de Abril de 2023, durante um período de 30 dias, envolvendo 17 órgãos de comunicação social: estações de rádios, jornais, incluindo a Agência de Notícias da Guiné(ANG), Televisão e media digitais.

O documento apresentado, terça-feira, por um dos seus produtores,  Ivanildo Paulo Bodjam, revela que  houve 11 violações do código ético registadas nas cinco rádios  privadas nomeadamente Rádio Popular, Rádio Cidade, Rádio Nossa, BombolomFM e a Rádio África, que representam  91 por cento das violações , e Nove  em medias digitais, não se registando, durante esse período, nenhuma violação nos jornais e na televisão.

O relatório elaborado no âmbito do projeto “Monitoria de Direitos e Liberdades: Empoderamento de Mulheres e Jornalistas em Contexto de Instabilidade’, foi divulgado numa formação para mais de 30 jornalistas em matéria dos Direitos  Humanos, promovida pela Associação das Mulheres Profissionais da Comunicação Social (AMPROCS), em parceria com Associação para a Cooperação Entre  os Povos (ACEP), a Liga Guineense dos Direitos Humanos(LGDH) e “ Mindjeris de Guiné Lanta” (MIGUILAN), entre os dias 05 e 06 de Março, no âmbito da celebração da Décima Edição da Quinzena dos Direitos Humanos.

No período abrangido pela monitorização , foram analisados 23 conteúdos  de media, em 17 órgãos selecionados, e verificaram-se um total de 34 violações das quais 11 de Código Ético  e 23 de conteúdos com potencial discurso de ódio e  incitação a violência.

Segundo o relatório, os elementos considerados discursos de ódio e de incitamento à violência foram emitidos em 12 dos 17 órgãos monitorizados, no dia 14 de março 2023,  no programa matinal de uma rádio em Bissau, onde o jornalista alertou a juventude local sobre eventual tentativa de venda do pátio  desportivo denominado “Campo de Cacoma” no Bairro de Bandim, utilizando o termo “ sangue na darma” (derrame de sangue) se o campo for vendido.

Acrescenta que, no dia 18 do mesmo mês, o Presidente do Partido da Unidade Nacional(PUN), Idriça Djaló, num debate político numa rádio, considerou os políticos muçulmanos  dos que mais  usam os discursos tribais durante a campanha eleitoral.

O documento informa ainda que a rádio TV Bantaba publicou a imagem de um dístico hasteado  no Estádio Lino Correia com dizeres “Mentirosos  afastem-se do Caíto ele é sagrado”, e no  dia 25 de Março,  na edição do programa de assuntos políticos de uma das rádios  selecionadas foram analisadas  as declarações do Presidente da República, do Procurador Geral da República  e do Presidente do Supremo Tribunal de Justiça chamando-os de “ Mentirosos  e promotores da impunidade”.

No dia 3 de Abril, prosseguiu o relatório, o jornal “O Democrata” noticiou que o Advogado Nelson Moreira ao representar o Presidente do parlamento guineense Cipriano Cassamá acusou o PAIGC e União para Mudança que reclamavam a caducidade do Secretário Executivo da CNE,  de não se dignaram a resolver essas questões a tempo e preocuparem-se em organizar complô e inventar golpes de Estado.

O Relatório indica que, já no dia 6 de Abril, o  vice-presidente  da Associação da Indústria Madeireira, Luís Daniel  Nicolau, chamou de prevaricadores os vencedores do concurso  para corte de madeira.

O relatório revela que o rigor jornalístico mais violado foi o Princípio Ético e é o que recomenda atuação jornalística com base  nos padrões  morais e éticos da sociedade.

Os promotores da iniciativa ainda analisaram o destaque da mulher nos conteúdos dos medias, e chegaram a  conclusão de  que ainda há muito por fazer  no sentido de equilibrar a abordagem transversal do género nos órgãos de comunicação social.

“Constatou-se que no geral, as peças jornalísticas  retrataram a mulher como sujeito de direito especial, não como parte geradora de informação, por participação na vida pública”, lê-se no relatório.

Aos proprietários dos órgãos de comunicação social, o relatório recomenda  a organização períodica  de seminários e conferências, para o reforço das capacidade dos seus  jornalistas e apresentadores sobre as melhores práticas de profissionalismo e ética profissional. ANG/JD/ÂC/SG                                                                                                                                         

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