China/ Governo sanciona duas empresas dos EUA por venda de armas a Taiwan
(ANG) – A China anunciou a imposição de sanções contra duas empresas norte-americanas por causa da venda de armas a Taiwan, ilha autónoma que Beijing reivindica como uma província sua, anunciou hoje a Reuters.
As sanções implicam o congelamento dos activos da General Atomics Aeronautical Systems e da General Dynamics Land Systems na China e a interdição de entrada no país de membros da direcção das duas empresas.
As vendas contínuas de armas dos Estados Unidos à região chinesa de Taiwan violam gravemente o princípio “Uma só China”, interferem nos assuntos internos chineses e minam a soberania e a integridade territorial” do país, afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Qin Gang, em comunicado.
Sem avançar pormenores sobre o alegado envolvimento das empresas no fornecimento de armas à ilha.
A General Dynamics opera meia dúzia de jactos executivos e desenvolve operações em serviços de aviação na China que continua fortemente dependente da tecnologia aeroespacial estrangeira, mesmo quando tenta construir uma presença própria no sector.
A empresa também ajuda no fabrico do tanque Abrams que está a ser comprado por Taiwan para substituir equipamento obsoleto.
A General Atomics produz os veículos aéreos não tripulados (drones) Predator e Reaper, usados pelas Forças Armadas norte-americanas.
China insiste que o continente e a ilha, para onde as forças nacionalistas de Chiang Kai-shek fugiram em 1949, no final da guerra civil, continuam a fazer parte de uma única nação chinesa.
As sanções foram decretadas ao abrigo da lei de combate às sanções estrangeiras, recentemente promulgada por Beijing, para retaliar contra restrições financeiras e de viagem impostas pelos EUA a funcionários chineses acusados de violações dos Direitos Humanos na China e na região semi-autónoma de Hong Kong.
As entidades detidas a 100% pela General Dynamics estão registadas em Hong Kong, cidade sobre a qual Beijing tem vindo a aumentar progressivamente o controlo político e económico.
Beijing tem ameaçado tomar medidas contra empresas e governos estrangeiros que ajudam a Defesa de Taiwan e a presença militar dos EUA na região, levando a boicotes comerciais e impasses diplomáticos.
Anteriormente, a China tinha já proibido as empresas norte-americanas Lockheed Martin Corp. e Raytheon Missiles & Defense de entrarem no mercado chinês como retaliação pela utilização de um avião e de um míssil para abater um suposto balão espião que sobrevoou o território continental dos EUA no ano passado.
Balões semelhantes têm sido frequentemente avistados sobre Taiwan e oceano Pacífico.
Apesar da ausência de laços diplomáticos formais, depois de Washington ter estabelecido relações oficiais com Beijing em 1979, os EUA continuam a ser a fonte mais importante de apoio e o principal fornecedor de equipamento militar a Taiwan, desde caças a sistemas de defesa aérea.
Taiwan também tem vindo a investir fortemente na indústria de defesa, com a produção de mísseis e submarinos.
A China tinha 14 aviões de guerra e seis navios da marinha a operar em torno de Taiwan nos dois últimos dias, com seis dos aviões a atravessar a zona de identificação da defesa aérea de Taiwan.
A maioria dos 23 milhões de habitantes da ilha opõe-se à unificação política com a China, de acordo com sondagens recentes. ANG/Angop