
Conferência da ONU/Presidente da República pede reforma na arquitetura financeira global

(ANG) – O Presidente da República Umaro Sissoco Embaló apelou, na conferência da ONU em Sevilha, a uma reforma urgente do sistema financeiro internacional para garantir mais recursos e justiça no apoio ao desenvolvimento.
Embaló disse, segunda-feira, que países como o que lidera precisam de recursos para o desenvolvimento “muito além” do que conseguem mobilizar com a atual arquitetura internacional de financiamento e apelou a abordagens mais realistas.
“Países como a Guiné-Bissau precisam de mobilizar recursos significativos” para concretizar os objetivos de desenvolvimento sustentável acordados pela comunidade internacional “muito além do possível atualmente com receitas internas ou ajuda externa”, disse Umaro Sissoco Embaló, no plenário da IV Conferência Internacional sobre Financiamento ao Desenvolvimento da ONU, que arrancou esta segunda-feira em Sevilha.
Umaro Sissoco Embaló destacou que esta é quarta conferência da ONU sobre financiamento ao desenvolvimento, mas “infelizmente os compromisso e objetivos assumidos” anteriormente, “não estão plenamente concretizados”.
“É momento de rever a nossa abordagem e encontrar mecanismos de financiamento mais realistas e adaptados às necessidades dos países em desenvolvimento”, afirmou, perante uma assembleia com representantes de mais de 190 países da ONU.
Umaro Sissoco Embaló realçou também o peso da dívida externa para os países em desenvolvimento, que “torna mais difícil investir em desenvolvimento sustentável” e pediu “mais flexibilidade e um tratamento mais equilibrado no sistema financeiro internacional”.
“A Guiné-Bissau defende a reforma profunda da arquitetura financeira internacional para que se torne mais justa, equitativa e acessível aos países mais vulneráveis”, afirmou.
Umaro Sissoco Embalo realçou que é preciso sair de Sevilha “com resultados positivos” e que os países em desenvolvimento esperam “decisões concretas capazes de mobilizar toda a comunidade internacional a favor do desenvolvimento e da erradicação da pobreza”.
O Presidente guineense sublinhou, por outro lado, que nos 80 anos da ONU, o mundo precisa “mais do que nunca” de uma “paz global e duradoura, de um multilateralismo e uma cooperação internacional reforçados”.
Mais de 60 líderes mundiais estão na conferência de Sevilha sobre o financiamento para o desenvolvimento, que ocorre dez anos depois da anterior, na Etiópia, em 2015. ANG/Lusa