“Guiné-Bissau pode perder até 7 por cento do seu Produto Interno Bruto per capita até 2050”, indica relatório
(ANG) – O relatório sobre o clima e desenvolvimento apresentado, na terça-feira, pelo Governo e o Banco Mundial indica que o país pode perder até sete por cento do seu Produto Interno Bruto(PIB) per capita até 2050 e que cerca de 200 mil pessoas poderão ser empurradas para a pobreza extrema.
No documento refere-se ainda que o impacto será sentida nas áreas como a educação e a saúde, sectores já fragilizados por falta de infraestruturas e de recursos.
O relatório destaca a importância de integrar os objectivos climáticos no processo de desenvolvimento económico, envolvendo o setor privado, em busca de recursos essenciais para garantir a resiliência do país, identificar a agricultura como um setor prioritário, representando cerca de 50 por cento do Produto Interno Bruto nacional e empregando cerca de 80 por cento da população.
Falando no ato de apresentação do referido documento, o ministro da Economia, Plano e Integração Regional, Soares Sambú sublinhou que a ação representa um esforço profundo para se entender como as mudanças climáticas afectam o desenvolvimento e o que se deve fazer para enfrentar esse desafio .
Soares Sambú agradeceu à todos quanto participaram no processo que culminou com a elaboração do relatório que deverá orientar as próximas ações do Governo.
“A Guiné-Bissau situada na África Ocidental se destaca pela sua riqueza natural e possui o maior capital natural per capita da região. Esse património inclui ecossistemas preciosos como as florestas, mangas e Arquipélago de Bijagós que é considerada reserva da biosfera mundial “,contou.
Segundo o governante, essas riquezas são vitais para o meio ambiente, mas igualmente para o sustento das comunidades, e diz que o relatório demonstra que o país enfrenta um enorme desafio, devido a dependência económica de uma única ou principal fonte de ingresso e principal veiculo de exportação que é a castanha de caju.
Sambú refere que o aumento das temperaturas, a variabilidades das precipitação, a intensificação das secas e a elevação do nível do mar estão a impactar diretamente a agricultura nacional, a segurança alimentar, as pescas, infraestruturas essenciais, as condições de pobreza e vulnerabilidade das populações.
O ministro da Economia disse que apesar de tudo o país assumiu compromisso significativos para mitigar os efeitos das mudanças climáticas, uma vez que estabeleceu a meta de reduzir as emissões de gazes de efeito de estufa em 30 por cento até 2030, com ações focadas na conservação florestal, na agricultura sustentável e no fortalecimento das comunidades.
Segundo diz, a implementação destas metas exige apoio financeiro internacional pois a capacidade interna de financiamento é limitada.
“As mudanças climáticas afetam não só o ambiente mas também o bem-estar da população”, frisou Soares Sambu.
Exaltou que se deve investir na diversificação da agricultura, uma vez que é urgente investir nas tecnologias de irrigação, nas variedades de culturas adaptadas, bem como nas infraestruturas que permitam ao agricultor enfrentar melhor os desafios climáticos.ANG/MSC/ÂC//SG