Níger/Autoridades militares querem “quadro negociado” para retirada dos militares franceses
(ANG) – Depois de o Presidente francêster anunciado no domingo a retirada das tropas francesas do Níger, conforme tem sido exigido pela junta militar que tomou o poder naquele país em finais de Julho, o atual poder de Niamey indicou terça-feira à noite que deseja um “quadro negociado” para esta retirada.
Num comunicado lido à noite na televisão nacional, o regime militar do Níger considerou que as modalidades da retirada dos 1.500 militares franceses destacados no país no âmbito da luta antijihadista devem “ser estabelecidas num quadro negociado e consensual para uma melhor eficácia”.
Estas declarações surgem depois de o Presidente Macron ter anunciado no domingo a retirada dos militares franceses até ao final do ano, assim como o regresso a França do seu embaixador no Níger, após dois meses de braço-de-ferro com o novo poder do Níger que reclamava o fim da presença francesa no país. Um anúncio sobre o qual a junta militar disse esperar “que seja seguido de actos oficiais emanados das autoridades francesas competentes”.
A ministra francesa dos Negócios Estrangeiros, Catherine Colonna, apelou ao “regresso à ordem constitucional no país“ e disse que a França mantém o seu “apoio” ao presidente Mohamed Bazoum derrubado em finais de Julho pelos militares. “A libertação do Presidente Bazoum é uma prioridade“, acrescentou hoje Anne-Claire Legendre, porta-voz da diplomacia francesa.
Entretanto, os Estados Unidos, que dispõem de 1.100 soldados no Níger, informaram estar a avaliar as suas opções quanto a uma eventual retirada. Já na semana passada, a Alemanha que também tem uma centena de militares destacados no país disse que, no caso de as forças francesas se retirarem, encarava igualmente esta possibilidade.
Nesta terça-feira, as forças armadas do Níger anunciaram que dois civis morreram devido à explosão de um bomba artesanal na zona de Tillabérie, no oeste do país, perto das fronteiras do Mali e do Burkina Faso, uma região que tem sido palco de ataques jihadistas há largos anos. ANG/RFI