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Pequim/Congresso diz que EUA estão a ficar para trás da China na preparação para guerra

Pequim/Congresso diz que EUA estão a ficar para trás da China na preparação para guerra

(ANG) – Dois comités do parlamento norte-americano advertiram que os Estados Unidos estão a ficar rapidamente para trás em relação à China na preparação para uma eventual guerra, que pode ocorrer a “qualquer momento”.

Os comités do Congresso acusaram na quarta-feira o Pentágono, responsável pela defesa dos EUA, de excesso de burocracia e lentidão em adotar novas tecnologias.

Os comités culparam ainda a população, que descreveram como só respondendo a crises, pelo alegado atraso, que deixa desprotegidos aliados como o Reino Unido, Austrália, Japão e Coreia do Sul.

Republicanos e democratas em ambos os comités enalteceram o trabalho da administração do Presidente Joe Biden para estabelecer novas alianças, como a parceria de tecnologia militar entre os EUA, Reino Unido e Austrália, conhecida como Aukus, e a cooperação de segurança recentemente formalizada entre os EUA, Japão e Coreia do Sul.

No entanto, os procedimentos desatualizados do Departamento de Defesa em matéria de segurança e de aquisições foram apontados como obstáculo, em especial no que respeita à Aukus.

O presidente do comité para os Negócios Estrangeiros da Câmara dos Representantes (câmara baixa do parlamento) disse que os burocratas do Pentágono ainda não autorizaram as transferências de tecnologia dos EUA para os dois membros da aliança, quase um ano após a aprovação de uma isenção.

“A administração mantém uma longa lista de tecnologias excluídas que limita a sua eficácia”, disse Michael McCaul durante uma audição, citando redes de comunicações, acústica naval e motores a jato como estando entre as tecnologias avançadas que estão a ser retidas.

“Estes são os nossos aliados mais próximos, com quem partilhamos as nossas informações mais sensíveis”, acrescentou o republicano do Texas.

As audições decorreram no meio de divergências entre os legisladores sobre o orçamento federal e o orçamento anual da Defesa, à medida que se aproximam as eleições presidenciais de 05 de novembro nos EUA.

A inflexibilidade das aquisições militares foi mencionada de forma mais ampla pelos membros do comité para a Estratégia de Defesa Nacional autorizado pelo Congresso, em 2022 e 2024, a avaliar o estado de prontidão da segurança nacional dos EUA.

O relatório mais recente advertiu que os EUA precisam de um exército significativamente maior para lidar com as ameaças simultâneas da China, Rússia, Irão e Coreia do Norte.

O documento pelou também a uma força mais integrada, a uma revisão radical da base industrial dos EUA, a laços mais estreitos com os aliados e a uma abordagem da defesa que alcance “todo o governo”.

“Acreditamos unanimemente que a estratégia de defesa nacional está lamentavelmente desatualizada”, declarou Jane Harman, uma antiga congressista de longa data que representou a Califórnia e coautora do relatório.

“Durante anos, o nosso governo não conseguiu manter-se atualizado. Todo o nosso sistema e o Pentágono em particular são avessos ao risco”, explicou.

Eric Edelman, que foi subsecretário da Defesa do antigo presidente George W. Bush, foi mais direto.

“Há um potencial real para guerra a curto prazo, que seria difícil imaginar que não fosse uma guerra global”, disse Edelman, que também foi embaixador dos EUA na Turquia e na Finlândia.

“E há a possibilidade de perdermos esse conflito. A parceria entre a China, Rússia, Irão e a Coreia do Norte representa uma grande mudança no ambiente estratégico”, apontou.

Perante todas estas ameaças, o número dois da diplomacia dos EUA, Kurt Campbell, disse que “a Guerra Fria não tem comparação” e defendeu que o Pentágono e outros departamentos precisam de mais pessoal que compreenda a tecnologia avançada.

“Precisamos de mais pessoas no governo que saibam o que é a Inteligência Artificial, que saibam o que é a computação quântica, que saibam como criar incentivos para as nossas próprias indústrias, mas que também impeçam que algumas das capacidades críticas cheguem aos países que estão a competir intensamente connosco”, disse. ANG/Inforpress/Lusa

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