RDC/”Usarei todos os meios para recuperar loclidades perdidas”, diz Tshisekedi
(ANG) – O Presidente Tshisekedi reiterou a sua promessa de fazer todo o possível para recuperar os territórios ocupados pelo agressor ruandês, no leste da República Democrática do Congo, durante uma reunião sábado com os deputados e senadores que são membros da sua plataforma política, segundo a Presidência.
“Estamos no caminho certo. Devemos trabalhar mais para enfrentar a agressão. Vou colocar o que precisa ser colocado como forma de recuperar as localidades perdidas. Se isso não for feito através da mediação angolana, não temos outra escolha senão recuperá-los pela força”, declarou Félix Tshisekedi, Presidente da República.
No regresso de uma visita de algumas horas a Brazzaville no sábado, o Chefe de Estado fez questão, na sua qualidade de autoridade moral máxima da Sagrada União, de informar sobre os últimos passos dados no âmbito do Processo de Luanda.
Depois de constatar com pesar que o processo de Luanda acabava de ser torpedeado pelo Ruanda, o Governo da RDC, num comunicado de imprensa, convidou a comunidade internacional a tirar consequências do fracasso deste processo, causado por Kigali.
“Ao mesmo tempo que saúda o papel crucial de Sua Excelência João Lourenço, como Mediador, a RDC convida a comunidade internacional a tirar as consequências deste fracasso e a agir com firmeza face à atitude do Ruanda”, disse que lemos neste documento .
“A República Democrática do Congo condena firmemente esta má manobra de má-fé que mais uma vez revela a ausência do desejo real do Ruanda de se empenhar numa abordagem sincera para a paz. Este comportamento não só prejudica a estabilidade regional, mas também constitui uma violação dos princípios acordados no âmbito das iniciativas internacionais e regionais”, esclareceu a fonte.
Segundo esta fonte, “o objectivo desta cimeira foi adoptar o projecto de acordo previamente elaborado e negociado pelos ministros dos Negócios Estrangeiros da RDC, Angola e Ruanda”.
Durante a reunião ministerial de sábado, 14 de Dezembro, em Luanda, o Ruanda apresentou um novo pré-requisito para a assinatura do referido acordo, nomeadamente: a realização de um diálogo directo entre a RDC e o grupo terrorista M23.
Revisão constitucional: Tshisekedi reafirmou o apoio da sua plataforma política
Além disso, o Chefe de Estado congolês recebeu garantias de apoio da sua plataforma política na sua iniciativa de revisão constitucional.
“Podem contar com o total apoio dos membros da Sagrada União no que diz respeito à abordagem da reforma constitucional. Não podemos negar a um povo o direito de rever a sua Constituição”, declarou o professor André Mbata, secretário permanente da Sagrada União da Nação.
Reiterou também o total apoio dos membros da referida plataforma para acompanhar o Chefe de Estado, na sua visão de tornar a RDC um país mais bonito do que antes.
Durante o encontro, os deputados e senadores membros da Sagrada União da Nação (USN) foram convidados pelo Chefe de Estado a priorizar sempre o interesse geral nas suas iniciativas parlamentares.
“Temos a responsabilidade de liderar o destino deste país. O Congo será salvo pelos congoleses. Ninguém amará este país mais do que nós mesmos. Sem vocês não alcançaremos estes objectivos no interesse do povo”, lembrou Félix Tshisekedi.
A primeira autoridade da Sagrada União apelou aos representantes eleitos desta plataforma política para a sensibilização para o interesse geral, nomeadamente através da aplicação dos seis (6) eixos prioritários do seu segundo mandato de cinco anos.
“Devemos dotar-nos de uma nova mentalidade, de uma nova abordagem porque não é impossível transformar este país”, insistiu.
Membros do Governo, bem como chefes de grupos políticos da Sagrada União também estiveram presentes na marquise da Cidade da União Africana. Este encontro entre Tshisekedi e os actores políticos da USN acontece uma semana depois do final da sessão de Setembro e do início do recesso parlamentar.
No seu último discurso sobre o Estado da Nação, o Chefe de Estado lançou também um apelo ao Parlamento para que iniciasse uma reflexão nacional sobre a reforma constitucional, com vista a dotar o país de uma Constituição adaptada às experiências e realidades congolesas e que não não bloquear o funcionamento do aparelho estatal. ANG/FAAPA