Recursos Naturais/Guiné-Bissau concede à China prospeção e exploração de minério na zona de Boé
(ANG) – A Guiné-Bissau e a China Aluminium Corporation (CAC) assinaram um “acordo de parceria estratégica” para prospeção e exploração de minas, em Boé, Leste do país, disse terça-feira à Lusa o ministro dos Recursos Naturais, Malam Sambu.
À luz desse acordo, rubricado no início desta semana em Bissau, o Governo guineense cedeu à CAC parte de um território na localidade de Boé, onde se acredita existir um “importante jazigo” de bauxite, adiantou Sambu.
“Vão iniciar os estudos brevemente para determinar a quantidade de bauxite existente naquela mina”, disse o ministro dos Recursos Naturais.
O acordo assinado entre o Governo guineense e a CAC é o seguimento do memorando de entendimento rubricado, aquando da visita do Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, à China em julho passado.
Os estudos geológicos apontam que a Guiné-Bissau terá na localidade histórica de Boé – onde foi proclamada, de forma unilateral, a independência do país, em 1973 -, mais de 113 milhões de toneladas de bauxite, a principal fonte natural de alumínio.
Em 2007, o Governo guineense concedeu uma licença de exploração daquele minério à Bauxite Angola, uma empresa mista de direito angolano, que viria a interromper os trabalhos de prospeção, iniciados em abril de 2012, na sequência de um golpe de Estado na Guiné-Bissau.
Por diversas vezes, desde então, a Bauxite Angola ensaiou o seu regresso, mas o projeto nunca mais avançou, até que em dezembro de 2022, o Governo guineense anunciou, em Conselho de Ministros, a rescisão do contrato ao abrigo do qual havia concedido licença de exploração àquela empresa.
Em março último, Malam Sambu anunciou que a licença de exploração de bauxite “está livre”, depois de o Governo guineense considerar que a Bauxite Angola abandonou a concessão.ANG/Lusa