50 anos da Independência/Ordem dos Advogados diz ser momento certo para refletir sobre impacto desse meio século no país
(ANG) – O Bastonário da Ordem dos Advogados da Guiné-Bissau disse que é chegado o momento certo para refletir e avaliar o impacto dos 50 anos das (nossas) vidas como cidadãos e instituições.
O apelo de Januário Pedro Correia foi publicada na página oficial da organização na Facebook, por ocasião da celebração dos 50 anos da independência da Guiné Bissau.
Disse que já passaram meio século da mais importante conquista, da liberdade, dignidade, autodeterminação e da identidade do povo guineense mas que, até ao momento, permanecem péssimos registos, com sensações de que o país retrocedeu no espaço e no tempo.
O bastonário da Ordem dos Advogados diz que os ideais da independência foram atrofiados assim como a esperança dos cidadãos no novo Estado e Guiné melhor, porque tudo ficou por fazer em todos os sentido e alcance do Estado: administração, cidadão, democracia, liberdade, garantias fundamentais, segurança, saúde, educação, infraestruturas, economia, justiça ….
“Foram 50 anos, nada se fez e o sonho se desfez, em que vivenciamos testemunhos autêntica miragem do conceito da existência do Estado instituição do bem comum e não da sociedade de grupo de amigos, companheiros e de parceiros”, lamentou.
Januário Correia criticou o facto de se continuar a reclamar por um Estado com instituições fortes e consolidados, pontuado em defesa dos direitos humanos, da democracia plural, da liberdade de expressão, da justiça prestativa, credível, acessível, próxima, célere, transparente e justa ao longo dos 50 anos.
“Pois foram 50 anos sem justiça assente nas instituições judiciárias fortes, credíveis, independentes, sem quaisquer interferências políticas, e ao serviço do cidadão e do Estado de Direito Democrático, sustentou o Bastonário da Ordem dos Advogados.
Acrescentou que foram 50 anos marcados por constantes instabilidades políticas e institucionais, de sucessivos abusos de autoridade do Estado e atrocidade contra os direitos fundamentais dos cidadãos, vedados da educação de qualidade, do abandono absoluto dos cidadãos do campo em todos os sentido da existência humana.
O Bastonário da Ordem dos Advogados ainda criticou que foram 50 anos de desapontar os anseios dos quadros nacionais qualificados, ignorados e sem oportunidade de contribuírem para o desenvolvimento do país, à semelhança do que se verifica noutras latitudes.
A Guiné-Bissau celebra no próximo domingo(24) os 50 anos de independência e o ato oficial das celebrações terá lugar em Lugadjol, em Boé, Leste do país, palco da proclamação da independência nacional do jugo colonial, em 1973, na voz do então presidente da Assembleia Nacional Popular, João Bernardo (Nino) Vieira. ANG/LPG//SG