Arménia/Azerbaijão e separatistas arménios do Nagorno-Karabakh iniciamconversações
(ANG) – As primeiras conversações entre o Azerbaijão e os separatistas arménios do Nagorno-Karabakh começaram esta quinta-feira, na cidade azeri de Yevlakh, após a vitória militar relâmpago de Baku para recuperar o controlo deste território separatista.
As discussões resultam da assinatura de um acordo , após a capitulação dos separatistas arménios diante do exército do Azerbaijão, e devem garantir os direitos e a segurança dos habitantes do enclave do Nagorno-Karabakh.
No entanto, esta manhã, as autoridades arménias do Nagorno-Karabakh acusaram as forças azeris de violar o cessar-fogo, acusações que já foram desmentidas pelo Ministério da Defesa do Azerbaijão.
Quarta-feira, o Azerbaijão e as forças separatista arménias do Nagorno-Karabakh assinaram um acordo de cessar-fogo, mediado pela Rússia, pondo fim à ofensiva de grande escala lançada, na véspera, pelas forças do Azerbaijão no enclave Nagorno-Karabakh, causando, segundo os separatistas, duzentos mortos e mais de quatro centenas de feridos.
O primeiro-ministro da Arménia já veio dizer que o país não participou na elaboração do acordo.
Com assinatura deste acordo os líderes separatistas concordam em depor as armas e dissolver as restantes unidades do Exército de Defesa do Nagorno-Karabakh.
Trata-se de uma viragem histórica, que marca a vitória de Baku no controlo desta pequena região montanhosa do Cáucaso, situada em território azeri, mas habitada principalmente por arménios. Os arménios, que são cristãos, reivindicam uma longa presença na área, que remonta a vários séculos antes de Cristo.
Nos últimos trinta anos, o Nagorno-Karabakh foi palco de duas guerras, a última no Outono de 2020, quando o Azerbaijão lançou uma ofensiva para retomar parte do território controlado por separatistas da Arménia.
A comunidade internacional já reagiu a este acordo, instando as partes a fazerem tudo para evitar que a Arménia “se encontre, apesar de tudo, envolvida” no conflito entre o Azerbaijão e os separatistas arménios do Nagorno-Karabakh. ANG/RFI