Hong Kong/ 14 activistas pró-democracia condenados por subversão
(ANG) – A União Europeia mostrou-se esta quinta-feira
30 de Maio preocupada com as condenações de 14 activistas pró-democracia de Hong Kong, acusados de subversão, num caso considerado “políticamente motivado”.
As autoridades acusaram 47 figuras de relevo da oposição de “conspiração com fins subversivos”, afirmando que as suas actividades políticas visavam derrubar o governo.
“A condenação marca a crescente deterioração das liberdades fundamentais e da participação democrática em Hong Kong”, de acordo com Nabila Massrali, porta-voz da União Europeia para os assuntos estrangeiros, que acrescentou que a UE iria “monitorar atentamente” a situação dos direitos humanos em Hong Kong.
“Os acusados estão a ser penalizados por causa das suas actividades políticas que deveriam ser consideradas legítimas em qualquer sistema político que respeite os princípios democráticos fundamentais”, sublinhou a porta-voz da União Europeia, estimando que a sua detenção provisória prolongada e a recusa em libertá-los sob caução, “ferem a confiança no Estado de direito”.
A justiça de Hong Kong considerou esta quinta-feira os 14 militantes culpados de subversão, no maior julgamento contra activistas pró-democracia naquela antiga colónia britânica, desde a introdução por Pequim de uma “lei de segurança nacional“.
Essa lei, promulgada em meados de 2020, silenciou toda a dissidência em Hong Kong, na sequência de importantes manifestações pela democracia, por vezes violentas, que tiveram lugar em 2019 no território devolvido à China em 1997.
As autoridades acusaram 47 figuras de relevo da oposição, de “conspiração com fins subversivos”, afirmando que as suas actividades políticas visavam derrubar o governo, tendo a justiça emitido um parecer na quinta-feira, para os casos de 16 dos 47 réus, que se tinham declarado inocentes.
Entretanto o chefe dos serviços de segurança de Hong Kong anunciou esta quinta-feira 30 de Maio que vários militantes pró-democracia tinham sido detidos no exterior do tribunal onde 14 acusados foram condenados por subversão.
“Várias foram as pessoas que causaram distúrbios à ordem pública no exterior da sala de audiências e, por isso foram detidas”, declarou Chris Tang, quando questionado se tinham sido presos militantes pró-democracia.
A maior parte dos réus está atrás das grades desde 2021, todos acusados na altura de “conspiração com o objectivo de cometer actos de subversão”, factos passíveis de pena perpétua, um ano depois de terem organizado uma primária não oficial, afim de seleccionar candidatos da oposição às eleições legislativas.
De acordo com a Procuradoria, o objectivo deles era obter maioria na assembleia parcialmente eleita da cidade, afim de tentar vetar os orçamentos e potencialmente forçar a demissão da então líder pró-Pequim de Hong Kong, Carrie Lam.ANG/RFI