Libéria/ Mais de 2,4 milhões de eleitores, chamados às urnas para eleger o seu Presidente
(ANG) – Mais de 2,4 milhões de eleitores são hoje chamados às urnas para escolher o seu novo Presidente, os seus representantes parlamentares e 15 senadores.
Entre os 20 candidatos em liça para as presidenciais, figura nomeadamente o Presidente cessante, o antigo craque do futebol George Weah, eleito para o cargo em 2017.
Ainda se destacam no pleito o antigo vice-presidente Joseph Boakai -derrotado na segunda volta em 2017 por George Weah-, Alexandre Cummings, filantropo e antigo dirigente da Coca-Cola ou ainda Tiawan Gongloe, advogado e ativista dos Direitos Humanos.
Estas eleições são as primeiras que decorrem sem a presença da Missão da ONU que permaneceu no país entre 2003 e 2018 para garantir a estabilidade depois de anos de guerras civis que causaram mais de 250 mil mortos entre 1989 e 2003.
Estes escrutínios contam todavia com a presença de observadores da União Africana, da CEDEAO, da União europeia e dos Estados unidos, num contexto regional tenso com a multiplicação dos golpes de Estado, sem contar o clima de intolerância que marcou a campanha eleitoral a nível interno.
Confrontos entre o partido no poder e opositores durante a campanha resultaram em 3 mortos no noroeste do país e o final da campanha do Presidente cessante foi marcado igualmente por incidentes em Monróvia, a capital, no passado domingo.
Num aspecto mais geral, a situação económica do país é também ambivalente. Apesar de retomar um crescimento de 5% no ano passado e estarem previstos +4,3% para este ano, com um forte impulso dos importantes sectores das minas e da agricultura, a população sofre com a inflação ligada à guerra na Ucrânia. No espaço de um ano, os bens de consumo aumentaram quase 7%, especialmente a alimentação, como o arroz, alimento básico de 5 milhões de liberianos.
Relativamente às finanças públicas, apesar de tentativas de reformas, segundo o Banco Africano de Desenvolvimento, o país ainda sofre de um défice orçamental muito importante, quase 5% do PIB no ano passado, o Banco Mundial evocando “a ineficácia das reformas da política fiscal”.
De referir ainda acerca destas eleições que as mesas de voto que estão abertas desde as 7 horas da manhã permanecem acessíveis até às 18 horas locais.
A Comissão Nacional Eleitoral começa a partir daí o processo de contagem dos votos, estimando que primeiros resultados poderão surgir progressivamente a partir de amanhã, sendo que os resultados finais deveriam ser conhecidos nestes próximos quinze dias. ANG/RFI