Moçambique/ Governo desmente a presença de forças ruandesas em Maputo
(ANG) – Não há forças estrangeiras, muito menos ruandes
as, a combater as pessoas que protestam contra os resultados das eleições gerais de 9 de Outubro em Moçambique, segundo o Ministro da Defesa que desmente assim, informações sobre a presença de forças ruandesas na cidade de Maputo.
Para o ministro da defesa, as informações postas a circular, sobretudo nas redes sociais e em alguma imprensa, são falsas:
“A presente actuação neste ambiente de tensão política, em todo o território nacional, é feita exclusivamente pelas forças de defesa e segurança de Moçambique, sem nenhum apoio de forças estrangeiras, em particular as forças de segurança do Ruanda. Este é o nosso assunto e devemos resolver em concórdia entre nós moçambicanos”, afirmou o Ministro da Defesa.
Cristóvão Chume adverte, contudo, que os militares poderão entrar em cena para travar manifestações violentas:
“Se o escalar da violência continuar não se coloca outra alternativa senão mudarmos a posição das forças no terreno e colocarmos as forças armadas a protegerem aquilo que são os fins do Estado”, concluiu Cristóvão Chume.
Em conferência de imprensa, a Ordem dos Advogados de Moçambique disse recear um banho de sangue que se pode viver, amanhã, 07 de Novembro, em Moçambique, dia em que está prevista a grande marcha pela cidade de Maputo.
A ordem tece duras críticas à actuação da polícia, e à postura do Presidente da República face ao que está a acontecer, num país em que a CNE e o Conselho Constitucional não têm qualquer credibilidade segundo a ordem, acrescentando que é preciso o Presidente da República se pronunciar para apaziguar os ânimos.
A ordem defende ser urgente avançar-se para um diálogo que envolva toda uma sociedade para se evitar o pior, isto porque o descontentamento é generalizado e tudo pode acontecer.
Os protestos contra os resultados eleitorais forçaram ao encerramento da fronteira de Ressano Garcia, a principal entre Moçambique e a África do Sul, por motivos de segurança.
De acordo com os órgãos de comunicação sul-africanos, cidadãos moçambicanos enfurecidos depois do baleamento de um deles pela polícia, destruíram e incendiaram residências e viaturas numa zona junto da fronteira. As mesmas fontes referem que os agentes das forças da ordem envolvidas nos incidentes tiveram que se refugiar na África do Sul.ANG/RFI