Senegal/Moodys rebaixa rating soberano para Caa1 governo contesta
(ANG) – A agência de classificação Moody’s Investors Service rebaixou nesta sexta-feira a classificação soberana do Senegal de B3 para Caa1 com perspectiva negativa, provocando uma forte reação do governo senegalês, que denunciou uma decisão “duvidosa” que não refletia a realidade dos fundamentos econômicos do país ou seus esforços para estabilizar as finanças públicas.
Em comunicado publicado em seu site oficial, a Moody’s justificou sua decisão pelo “aumento dos riscos quanto à trajetória da dívida e à liquidez disponível desde nossa avaliação anterior”, o que significa que planeja reduzi-la em mais um nível nos próximos seis meses.
Este é o segundo rebaixamento da Moody’s para a dívida senegalesa em 2025, após um rebaixamento de dois níveis em fevereiro passado.
Citando uma deterioração adicional no perfil de liquidez do país e riscos crescentes em torno da trajetória da dívida pública, a agência observou que um recente exercício de reavaliação orçamentária destacou uma dívida equivalente a 119% do PIB em 2024, significativamente maior do que as estimativas anteriores, complicando os esforços de ajuste fiscal do governo.
Em resposta, o governo senegalês expressou seu profundo pesar por esta decisão no sábado, dizendo que ela foi baseada em uma avaliação “especulativa, subjetiva e tendenciosa” que não refletia nem a solidez dos fundamentos econômicos nem a extensão das reformas em andamento destinadas a fortalecer a estabilidade orçamentária.
O Ministério das Finanças e Orçamentos critica o caráter “prematuro” e “parcial” da análise da Moody’s, lamentando que ela se baseie em fontes não especificadas e que faça parte de uma tendência crítica observada há vários meses.
A mesma fonte destaca ter empreendido diversas reformas estruturais no âmbito do Plano de Recuperação Económica e Social, convidando os parceiros e investidores a basearem-se em dados fiáveis e análises equilibradas.
O Senegal enfrenta uma situação econômica preocupante, com um déficit orçamentário de 14% e uma dívida pública pendente que representa 119% do PIB (Produto Interno Bruto).
No início de agosto, o primeiro-ministro Ousmane Sonko revelou um “plano de recuperação econômica e social” que pretende ser financiado “90%” por recursos internos para “soberanizar” o país.ANG/FAAPA