China/Pequim condena sanções contra empresas alegadamente ligadas à Rússia
(ANG) – A República Popular da China condenou hoje as sanções impostas pela União Europeia (UE) contra empresas chinesas no âmbito do novo pacote de medidas contra a Rússia, em resposta à guerra na Ucrânia.
Em conferência de imprensa, o porta-voz da diplomacia chinesa Guo Jiakun afirmou que Pequim apresentou “um protesto formal” junto da parte europeia, após a inclusão de doze empresas chinesas na lista de entidades visadas pelas sanções europeias.
Guo reiterou que a China “não é parte envolvida nem responsável” pelo conflito e sublinhou que o país “não forneceu armas letais a nenhuma das partes” e “mantém um controlo rigoroso sobre exportações de bens de dupla utilização”.
“A China tem trabalhado ativamente para promover o diálogo e a negociação”, afirmou o porta-voz, acrescentando que “muitos países, incluindo os europeus e os Estados Unidos, mantêm intercâmbios comerciais com a Rússia”.
“A UE não tem o direito de fazer comentários sobre a cooperação normal entre empresas chinesas e russas”, declarou Guo, instando Bruxelas a “deixar de usar a China como pretexto” e a “pôr fim a ações que prejudicam os legítimos interesses chineses”.
Pequim avisou ainda que adotará “todas as medidas necessárias” para defender os seus direitos.
O protesto surge na sequência da decisão da UE, tomada na quarta-feira, de incluir doze empresas chinesas, três indianas e duas tailandesas entre as 45 novas entidades sancionadas por alegado envolvimento no apoio à evasão de sanções ocidentais por parte da Rússia, nomeadamente através da transferência tecnológica e produção militar.
O pacote agora aprovado é o 19º conjunto de sanções da UE contra Moscovo e inclui o alargamento de restrições à frota russa de transporte de hidrocarbonetos, bem como uma proibição progressiva das importações de gás natural liquefeito russo até 2027.
As medidas coincidem com novas sanções norte-americanas contra as petrolíferas russas Rosneft e Lukoil, anunciadas também esta semana.
Desde o início do conflito, em fevereiro de 2022, a China tem reiterado a sua oposição às sanções contra a Rússia, por considerar que “não resolvem os problemas” e “não têm base no direito internacional”.
Pequim tem mantido uma posição ambígua face à guerra, apelando ao respeito pela “integridade territorial de todos os países”, incluindo a Ucrânia, e pelas “legítimas preocupações de todos os países”, numa referência à Rússia.ANG/Lusa