Comunicação Social Ministra recomenda “comunicação para desenvolvimento” aos profissionais da área
(ANG) – A ministra da Comunicação Social, Maria da Conceiçâo Silva Êvora recomendou hoje aos jornalistas e comunicadores para se preocuparem com a produção de informação construtiva para o desenvolvimento e que contribua para a edificação de consensos à volta dos desígnios nacionais, e na formação e manutenção da consciência de cidadania.
Maria da Conceição Évora falava hoje na cerimónia oficial das celebrações dos 49 anos da existência do Jornal Nô Pintcha que se assinala hoje, 27 de Março.
“Num país como a Guiné-Bissau, que tem sido afectado por crises de diversas natureza, as responsabilidades dos órgãos da comunicação social são transversais, assumem grandes proporções devido a sua tarefa na sociedade, a sua prestação no âmbito da actividade política, económica, social e cultural, entre outros”, salientou.
No entender da governante, as responsabilidades dos medias nesta etapa da existência do país devem ser partilhadas com a sociedade, sobretudo com a classe política que detém o poder, dado que a sua função vai além do clássico âmbito de informar e formar, mas também de construção de uma opinião pública consciente e ativa.
“A comunicação, por ser o reflexo da realidade do país, o fluxo das mensagens capazes de gerar decisões em dois sentidos, do poder ao cidadão e vice versa, os medias devem estar à altura das suas atribuições para não se constituirem pontos de discórdias, de desentendementos, ou provocar violência verbal, politica ou física na sociedade”, disse.
Maria da Conceição Évora reconheceu as dificuldades existentes nos órgãos públicos de informação, mas garante que o Governo fará de tudo para apoiar o setor, quer na aquisição de meios materiais, melhoria das condições laborais e de vida dos seus profissionais bem como na elaboração de politicas para o setor.
A ministra da Comunicação Social apelou a todos os profissionais do setor, tanto públicos como privados para respeitem a ética e a deontologia jornalística, e que façam da promoção da cultura do diálogo e da paz, um dos objectivos principais do seu labor quotidiano, a razão principal do seu combate enquanto comunicadores.
Advertiu aos jornalistas a não esquecerem que devem mobilizar e sensibilizar os cidiadãos para a promoção e o desenvolvimento da cultura da paz, tendo como objectivo, a pacificação dos espíritos e a instauração da reconciliação nacional.
Por outro lado, Maria da Conceição Évora convida a todos a refletirem sobre o percurso do jornal Nô Pintcha e analisar a sua evolução nestes 49 anos de vida e de luta, em ambientes que nem sempre são favoráveis, que colocam vários desafios aos seus profissionais.
Disse que, neste espaço de tempo, o Nô Pintcha que documenta todos os fatos que maracaram o país , desde os primórdios da independência, enquanto Estado novo em construção, passando pela transição do monolitismo partidário ao pluralismo democrático que hoje vigora.
A Diretora Geral do Jornal Nô Pintcha, Elci Pereira Dias fez uma resenha histórica sobre o orgão, destacando as suas diferentes fases de vidae suas dificuldades.
Falando de perspectiva do semanário estatal disse que no domínio grafico, prevêm a aquisição de uma impressora digital para poder ter o jornal impresso a tempo e criação de um Fundo Social, cujo o montante não foi revelado.
Destacou que o jornal foi criado pelo Estado guineense com a missão de informar, formar, educar, sensibilizar e capacitar a população para consolidação das conquistas da independência, e que foi um instrumento importante na mobilização e orientação das camadas da população para os objectivos do desenvolvimento nacional.
“Hoje a informação é muito dinâmica com as novas tecnologias, que chegam mais rápida. O jornal Nô Pintcha está a sofrer com a presença das redes sociais e jornais on-line é imperativo acompanhar essa dinâmica, por isso a nossa aposta será no formato digital”, disse Elci Pereira Dias.
Assegurou que têm que ser proativos e avançar com reformas para reforçar a presença no webjornalismo com conteúdos diversificados, atuais e exclusivos.
Para responder à dinâmica informativa de momento, Pereira Dias promete reforçar a capacitadade dos quadros em novas tecnologias para melhorar a qualidade de informação, bem como diversificar os conteúdos,através da especialização.
Para tal, disse que precisa de forte investimento da parte do Governo, nomeadamente o salário para estimular maior engajamento no desempenho profissional. Disse que o baixo salário praticado no órgão tem sido um obstáculo para o exercício da profissão, o que tem provocado a fuga de quadros da Comunicação social para outros setores de atividades, e que o jornal Nô Pintcha não é a exceção.
A DG do Nô Pintcha disse que estão a trabalhar para garantir a cobertura noticiosa nas regiões, através da criação de correspondentes regionais, e ainda para a conclusão do processo da digitalização dos arquivos do jornal, da independência à esta parte.
“Estamos conscientes que não basta investir em equipamentos, tecnologias e materiais. É, preciso acima tudo, criar condições de trabalho que passam pela criação de sinergias e resolução de problemas que possam existir, através do diálogo permanente com o sindicato de base, para alcançar consensos necessários e consequentemente atingir os objectivos laborais almejados”, referiu.
Durante o evento, a Direcção do Jornal Nô Pintcha distinguiu os três ex- Directores-Gerais com prémios de reconhecimento, nomeadamente Simão Abina, Aniceto Alves e Pedro Quadé, e dois jornalistas Aliu Baldé e Fulgêncio Mendes Borges, com um prémio de desempenho. ANG/LPG/ÂC//SG