Cooperação/”Instabilidade política na Guiné-Bissau pode afastar investimentos estrangeiros”, diz Embaixador da China
(ANG) – O Embaixador da República Popular da China admite que a instabilidade política na Guiné-Bissau pode afastar o investimento estrangeiro, em particular o setor privado chinês.
Em entrevista exclusiva à Rádio Nacional e ao jornal O Democrata, Guo Ce acrescentou que tem havido estabilidade na Guiné-Bissau nos últimos anos, mas que a instabilidade política poderá dificultar a atração de empresas chinesas que necessitam, acima de tudo, de um clima favorável para o investimento.
O diplomata chinês traçou um quadro favorável na perspectiva de exportação da castanha de caju produzida na Guiné-Bissau para a China, a partir deste ano, na sequência de uma visita empresarial chinesa ao país, que deve acontecer entre os meses de Junho e Julho deste ano.
De acordo com os dados estatísticos revelados pelo diplomata chinês, os investimentos público/privado da China na Guiné-Bissau já ultrapassam 20 milhões de dólares, e Guo Ce revelou que várias empresas chinesas dispõem de planos para investirem na Guiné-Bissau, em vários domínios.
O Embaixador da China Popular declarou que esses planos foram prejudicados devido aos acontecimentos de 01 de Dezembro último.
Para Guo Ce, a cooperação bilateral China/Guiné-Bissau tem registado dinamismo nos últimos treze anos, a título de exemplo o diplomata citou a iniciativa de “Futuro Compartilhado” que conta com a adesão da Guiné-Bissau.
Nesta entrevista, o diplomata falou também dos investimentos públicos chineses na Guiné-Bissau, designadamemte, a Construção do Porto de Pesca Artesanal de Alto Bandim, em Bissau, que gerou centenas de empregos para o jovens e mulheres.
Sobre apoios à Comunicação Social nacional, o Embaixador Guo Ce garante a continuidade dos mesmos, sobretudo nos domínios da formação e de intercâmbios, tendo reconhecido o contributo dos jornalistas guineenses na disseminação das ações da China na Guiné-Bissau.
Para o ano em curso, Guo Ce anunciou vários apoios para a Guiné-Bissau, nomeadamente, nas áreas de saúde, infraestruturas, educação, entre outras.
Os incidentes de 01 de Dezembro considerado “tentativa de Golpe de Estado”, pelo Presidente da República, originou a dissolução do parlamento e consequente queda do Governo, resultante das legislativas antecipadas de Junho passado, ganhas pela Coligação PAI-Terra Ranca, coordenada pelo PAIGC.
A Coligação vencedora das eleições com maioria absoluta protesta a decisão presidencial com manifestações pacíficas, agora proibidas pelas autoridades policiais. ANG/RDN/O Democrata