França/Macron assume novamente a possibilidade de enviar tropas terrestres à Ucrânia
(ANG) – O presidente francês, numa entrevista publicada hoje pelo semanário britânico “The Ecomist”, tornou a assumir a possibilidade de o ocidente enviar tropas terrestres à Ucrânia “se Moscovo avançasse nas linhas da frente e se Kiev o reclamasse”.
Já em finais de Fevereiro, Emmanuel Macron tinha evocado esta possibilidade, mas boa parte dos seus aliados ocidentais, nomeadamente os Estados Unidos, tinham-na claramente rejeitado.
Macron tornou nesta quinta-feira a evocar a hipótese de se enviar tropas terrestres para o terreno de guerra ucraniano. “Afastar esta possibilidade equivale a não tirar os ensinamentos destes dois últimos anos”, argumentou o Presidente francês que, em declarações ao ‘The Economist’, recordou que no início do conflito também se excluía a possibilidade de se enviarem aviões e carros de assalto e que isso tinha mudado.
“Não excluo nada, porque temos diante nós alguém que não exclui nada”, disse ainda Emmanuel Macron ao reiterar que “se a Rússia ganhar na Ucrânia não teremos mais segurança na Europa”.
Nesta entrevista, o chefe de Estado francês também abordou as relações da Europa com a China, numa altura em que o seu país está prestes a receber a visita do Presidente Xi Jinping nos dias 6 e 7 de Maio.
Ao insistir sobre a necessidade de um maior equilíbrio e reciprocidade nas relações económicas com Pequim, Macron preconizou que a Europa defenda “os seus interesses estratégicos”, evocando nomeadamente discrepâncias em termos de taxas alfandegárias e também questões de segurança nacional.
Noutro aspecto, questionado sobre as perspectivas das eleições europeias de 9 de Junho, o Presidente francês teceu advertências sobre a subida dos nacionalistas, dizendo que os partidos de extrema-direita são todos “brexiters escondidos” que“tomam o continente como refém“ com“um discurso de mentira”.
Declarações que surgem numa altura em que, de acordo com uma sondagem divulgada no começo da semana em França, o partido presidencial beneficia apenas de 17% de intenções de voto contra 32% para a extrema-direita de Marine le Pen.ANG/RFI