Haiti/ Tentativa de reabertura de um hospital resulta em banho de sangue
(ANG) – Dois jornalistas e um polícia foram assassinados por grupos armados, terça-feira(24), na tentativa de reabertura de um hospital na capital do Haiti.
De acordo com fontes policiais locais, os membros de um grupo de crime organizado abriram fogo para impedir a cerimónia de reabertura do Hospital da Universidade de Estado de Haiti.
O Hospital da Universidade de Estado de Haiti, situado na capital Port au Prince, encontrava-se encerrado há nove meses na sequência de um ataque por membros de um grupo armado chamado “Viv ansanm”.
Na terça-feira, 24 de Dezembro, teve lugar a cerimónia de reabertura do estabelecimento. Durante o evento, membros armados do mesmo grupo abriram fogo e mataram dois jornalistas e um polícia, presentes na cerimónia.
De acordo com o Colectivo dos media online (CMEL), outros jornalistas ficaram feridos no evento e encontram-se actualmente em tratamento num outro hospital público, em Delmas, nos arredores de Port au Prince.
O Presidente do Conselho presidencial da transição de Haiti, Leslie Voltaire, denunciou actos “inaceitáveis” e prometeu que “este ataque sofrerá consequências”.
Na semana passada, a coligação dos grupos armados “Viv ansanm” já tinha incendiado o centro hospitalar privado Bernard Mevs, destruindo grande parte do estabelecimento sem provocar vítimas.
A violência causada pelos grupos de crimes organizado no Haiti, considerada como “endémica”, tem vindo a agravar-se nos últimos meses, de acordo com um relatório publicado a 23 de Dezembro pela missão da ONU em Haiti, a Binuh.
Entre os dias 6 e 11 de Dezembro, 207 pessoas foram assassinadas, segundo o mesmo relatório, sendo que durante o ano inteiro de 2024, “mais de 5 350 pessoas foram assassinadas“, avança ainda a ONU.
A chegada este ano da missão multinacional de apoio à polícia do Haiti, liderada pelo Quénia e apoiada pela ONU e os Estados-Unidos não permitiu ainda efectivar uma diminuição das violências e da insegurança no país. Assassínios, agressões sexuais, pilhagens e raptos têm-se intensificado.
A violência gerada pelos gangues armados provocaram ainda, em Novembro, o encerramento do tráfego comercial do aeroporto da capital.ANG/RFI