Líder do Partido Africano para Paz e Estabilidade pede eleições antecipadas dentro de 90 dias
(ANG) – O líder do Partido Africano Para Paz e Estabilidade Social (PAPES), pediu ao Presidente da República para convocar eleições legislativas antecipadas nos próximos 90 dias.
A posição de Malam Cissé foi tornada pública em conferência de imprensa para analisar a situação sócio-político do país, após a decisão do Presidente, Umaro Sissoco Embaló, de dissolver o Parlamento e demitir Governo eleito, no passado dia 04 de Dezembro do ano 2023.
Sissé afirmou que o Executivo, entretanto, instituído pelo chefe de Estado, está na informalidade, por ter sido constituído por pessoas que não foram eleitas pelo povo.
“O Governo eleito pelo povo foi demitido e as pessoas que estão hoje no Governo estão na informalidade”, salientou.
O líder do PAPES, partido que não elegeu nenhum deputado nas últimas eleições legislativas, realizadas em junho, notou que os membros do atual Governo de iniciativa presidencial são pessoas que já provaram no passado a sua incapacidade de dirigir o país.
Além do Governo atual, Malam Sissé afirmou que o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) e a Comissão Nacional de Eleições (CNE) também estão na informalidade.
Sissé apontou para o facto de o STJ funcionar atualmente com um presidente interino e a CNE com um secretariado executivo caduco.
“Com um Governo informal, sem um parlamento, o único órgão que funciona na formalidade é o Presidente da República”, disse o líder do PAPES que apela ao chefe de Estado para convocar eleições legislativas.
Na opinião de Malam Sissé, as eleições legislativas devem ser marcadas para março.
A Guiné-Bissau vive desde finais do ano passado uma nova crise política que culminou com a dissolução do Parlamento e demissão do Governo eleito, por ordens do chefe de Estado, na sequência de confrontos armados entre as Forças Armadas e a Guarda Nacional que tentou retirar das celas da Polícia Judiciária dois membros do Governo acusados de corrupção.
Umaro Sissoco Embaló considerou tratar-se de uma tentativa de golpe de Estado. O Presidente guineense defendeu que o país estava perante uma grave crise institucional que tinha como epicentro o parlamento.
Vários setores do país têm rejeitado a decisão do Presidente, invocando a Constituição guineense que diz que o parlamento não pode ser dissolvido nos últimos 12 meses após as eleições legislativas.ANG/ÂC