Marrocos/ Jovens realizadoras africanas filmam no âmbito da residência “AYWA”
(ANG) – A primeira edição da residência African Young Women in Action (AYWA) continua sua jornada criativa em Casablanca, onde dez jovens diretoras das cinco sub-regiões do continente africano estão atualmente filmando seus curtas-metragens, como parte de um programa iniciado pela Tamayouz Cinema Foundation e pela UNESCO.
De acordo com a fundadora e produtora do programa, Lamia Chraibi, o AYWA é uma continuação das iniciativas lideradas pela Tamayouz Cinéma para apoiar jovens mulheres africanas que desejam se tornar profissionais na indústria cinematográfica.
“Em vez de deixá-las improvisar na profissão, damos a elas as ferramentas necessárias para se construírem como profissionais”, disse ela em declaração ao MAP, acrescentando que o projeto nasceu do desejo de “apoiar mulheres africanas de todas as regiões do continente na produção de curtas-metragens”.
A Sra. Chraibi esclareceu que o conceito é baseado na unidade de lugar e tempo; todos os filmes se passam em um call center de Casablanca, um símbolo do intercâmbio e da mistura cultural africana, observando que esta antologia pan-africana constitui “uma experiência coletiva onde cada filme conta uma faceta da África”.
Para o diretor e mentor do programa, Hicham Lasri, esta residência ilustra “a abertura do Marrocos ao cinema africano e a ascensão do Reino como um centro criativo continental”.
“Começamos o processo de escrita do zero, para desenvolver dez curtas-metragens juntos que se passam no mesmo universo”, explicou ele, observando que é uma experiência única para esses jovens diretores, que aprendem a criar, escrever e filmar seus filmes em um ambiente profissional, ao mesmo tempo em que compartilham suas línguas, culturas e identidades.
Entre os participantes está o marroquino Wissal Jabri, formado pelo Instituto Superior de Profissões Audiovisuais e Cinematográficas (ISMAC) e pela ESAV Marrakech.
“Somos dez diretores africanos e estamos fazendo dez curtas-metragens ligados pelo mesmo fio narrativo. As ações acontecem simultaneamente, no mesmo call center”, confidenciou ela, especificando que seu filme conta, com um toque de ironia, o cotidiano de um supervisor sobrecarregado em um ambiente exigente.
Por sua vez, Abigail Kelapile, participante de Botsuana, expressou seu entusiasmo pela experiência. “Esta é a primeira vez que escrevo e dirijo meu próprio roteiro. É um desafio, mas também uma grande oportunidade de aprendizado”, disse ela, referindo-se a um filme centrado em “um trabalhador de manutenção hipersensível jogado em um ambiente caótico”.
Após a fase de filmagens em Casablanca, a residência continuará em Marrakech por duas semanas de pós-produção, em colaboração com a Digital Factory e a UM6P de Benguérir. As dez obras serão reveladas em pré-estreia no dia 27 de outubro, durante uma noite que reunirá as embaixadas dos países participantes, produtores e representantes de instituições parceiras.
De acordo com seus idealizadores, o AYWA pretende ser um manifesto para o reconhecimento das vozes femininas africanas e a promoção de um cinema ambicioso, coletivo e pan-africano, pronto para conquistar as telas do mundo.
Esta residência, organizada em parceria com a Universidade Politécnica Mohammed VI (UM6P), Story School, La Prod, Digital Factory e Intelcia, e apoiada pela República Popular da China, acontece de 15 de setembro a 27 de outubro nas cidades de Rabat, Casablanca e Marrakech. ANG/FAAPA