Política/Fundo da CEDEAO para a Guiné-Bissau é inédito e vai melhorar vida das populações – PM
O primeiro-ministro , Geraldo Martins, considerou hoje que o fundo de estabilização disponibilizado pela CEDEAO, no valor de nove milhões de euros, é um instrumento técnico-financeiro inédito que vai melhorar as condições de vida da população.
Falando na cerimónia de lançamento do fundo da Comunidade Económica dos Estado da África Ocidental (CEDEAO), no valor de 5,7 mil milhões de francos CFA, Geraldo Martins acrescentou que a verba “vai oferecer uma oportunidade única ao Governo para a implementação do plano estratégico da coligação PAI – Terra Ranka, que constitui o fundamento do programa de governação nesta 11ª legislatura”.
A Guiné-Bissau tornou-se hoje num dos primeiros estados a beneficiar Fundo Regional de Estabilização e Desenvolvimento, que a CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) promove para ajuda aos países mais frágeis.
O chefe do executivo lembrou que o Governo tem em curso um programa de emergência com foco na redução da crise económica e social e na melhoria das condições de vida das populações, nomeadamente através de medidas para melhorar o poder de compra, como a redução do preço do arroz, a base alimentar da população.
“Estas ações também estão a ser acompanhadas de intervenções que se baseiam na promoção de uma maior liberdade e garantias dos cidadãos, do diálogo com os parceiros sociais, tendo em conta a criação de um ambiente político favorável à promoção da igualdade, da equidade social”, acrescentou o chefe do executivo da coligação Plataforma Aliança Inclusiva (PAI) – Terra Ranka, liderada pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).
Geraldo Martins assinalou ainda a coincidência de o Governo da Guiné-Bissau completar hoje um mês da entrada em funções, no dia do aniversário do fundador da nação, Amílcar Cabral, e em que se marca uma “nova página na cooperação”.
No âmbito deste programa, a data de hoje ficará marcada pela “retoma da cooperação da Guiné-Bissau com a república da Alemanha, através deste mecanismo de financiamento importante, que é o fundo regional de estabilização e desenvolvimento”, referiu o primeiro-ministro.
O montante de 5,97 mil milhões de francos CFA destina-se a apoiar projetos nas áreas das finanças, educação, agricultura, eletricidade, infraestruturas, entre outras, nas regiões de Bafatá, Gabu, Bolama, Bijagós e Quinará.
A Vice Presidente da Comissão da CEDEAO, Damtien Larbli Tchintchibidja, felicitou as autoridades do país pela boa conduta demonstrada na realização das eleições legislativas de 04 de junho passado e pelo respeito aos princípios democráticos como condições essenciais para a promoção da estabilidade e desenvolvimento durável.
Aquela responsável salientou que a Comissão da CEDEAO renova o seu engajamento a favor das aspirações do atual Governo.
A governadora de Gabu, Elisa Pinto, assegurou que o programa “vai mudar a vida das populações”, concretamente vai “aliviar o esforço físico das mulheres que cultivam arroz”, que passam a beneficiar de maquinaria de descasque.
Na província de Gabu é também beneficiar o setor da produção de blocos para construção, que são feitos à mão.
“Agora terão uma fábrica grande que vai produzir cinco mil blocos por hora, com cinco mil blocos constrói-se uma casa. O nível da construção, em Gabu, vai se calhar aumentar e vai melhorar”, considerou.
Os equipamentos já estão em Gabu, segundo disse, acrescentando que a cerimónia oficial de entrega está marcada para o dia 20 e que os beneficiários vão ter formação para o manejamento dos mesmos.
De acordo com uma Nota Informativa da CEDEAO, distribuída à imprensa, o referido Fundo visa reforçar a resiliência das comunidades frágeis, através da criação de oportunidades socioeconómicas sustentáveis para os cidadãos, nomeadamente os jovens e as mulheres.
O documento informa que o Fundo tem duas vertentes, sendo a primeira, da Cooperação Financeira para investimentos em infraestruturas sociais básicas e equipamento ao longo de cadeias de valor selecionadas através do Banco de Desenvolvimento.
A segunda vertente tem a ver com a Cooperação Técnica para o desenvolvimento de competências e reforço de capacidades implementado pela Agência Alemã de Cooperação Internacional(GIZ). ANG/Inforpress/Lusa