Balanço 100 dias de governação/Primeiro-ministro anuncia intenção de criação de Banco de Crédito para combater a pobreza
(ANG) – O Primeiro-ministro, Geraldo João Martins anunciou a intenção do Governo de criar um Banco de Crédito para apoiar as mulheres por forma a desenvolveram actividades geradores de rendimento, contribuindo assim para o combate a pobreza no país.
O chefe do Governo guineense fez esta revelação em entrevista aos jornalistas de órgãos públicos de informação, no quadro do balanço de 100 dias de governação.
Disse que é hábito, em toda a parte do mundo, o Governo celebrar 100 dias de governação, por ser um período, que muitos chamam de “período de graça”, em que o Executivo prepara os seus principais instrumentos de governação, com destaque para o Orçamento Geral de Estado (OGE) e o Programa do Governo, para quatro anos.
Afirmou que o Banco de Crédito pode sim ajudar no combate a pobreza, porque a pessoa que vai receber crédito à partir deste Banco não precisa de apresentar garantias, como nos bancos comerciais para ter acesso ao crédito, mas apenas dois testemunhos e com taxa de juro de zero por cento sobre o valor emprestado.
Geraldo Martins disse que está possibilidade consta no Programa do Governo, aprovado recentemente na Assembleia Nacional Popular, por ser um dos caminhos para combater a probreza, enquando se espera para asegurar o crescimento económico do país.
Perguntado se o setor da educação constitui, de facto, maior desafio do Governo, o primeiro-ministro não confirmou nem recusou, limitando-se a dizer que o setor apresenta vários desafios.
“Basta ver os indicadores para perceber que o país não cumpre o objectivo de escolarização primaria universal Todos concordam comigo de que é dever do Estado garantir educação básica à população, pois hoje em dia muitos alunos não conseguem concluir o 9º ano de escolaridade”, disse.
Geraldo Martins disse que, quando se fala da escolaridade universal, não tem a ver com percentagem das alunos inscritos no sistema, mas sim com os que não concluiram o 9º ano de escolaridade.
Afirmou que, o sector da Educação se depara com dois problemas, e que o primeiro se relaciona com oferta ,o segundo com a procura.
O lado da oferta, conforme o primeiro-ministro, tem a ver com cíclos incompletos ou seja um estabelecimento do ensino na região recebe alunos até quarta classe e esta descontinuidade tem que ser resolvido,com criação de ciclos completos para permitir que os alunos possam estudar numa determinada escola desde primeira classe até o 9º ano.
Acrescenta que, o lado da procura tem a ver com as raparigas que são forçadas à se casar antes de concluirem o 9º ano e outros para ajudar os pais nas tarefas de produção.
Um outro desafio, apontado pelo primeiro-ministro tem a ver com a falta de instituições de formação técnico profissional nas regiões, e diz que é necessário alargar os centros de formação profissional.
Para o efeito, disse que, ao longo dos quatro anos de mandato está prevista a construção de um Centro de Formação Profissional, em cada região.
Instado a falar sobre a liberdade imprensa no país, Geraldo Martins disse que a sociedade guineense tem um pato social político ou seja, a Constituição e demais leis, dão direito à todo cidadão a liberdade de exprimir desde que não ponha em causa direitos do seu concidadão.
“A minha percepção é que devemos criar condições para que haja liberdade de expressão, de manifestação e de protesto”, afirmou, garantindo que o Governo, em nenhum momento, vai reprimir ou impedir qualquer que seja manifestação com base no respeito das normas em vigor no país, por estar contra a repreensão.
Interrogado sobre processos de junta médica no país, o Chefe do Governo qualificou de triste a questão, e diz que soube de vários casos de doentes com patológios que precisam de cuidados especializados, mas que acabam por ficar e também de outras pessoas, que as vezes não necessitam de evacuação mas que acabam por ser evacuadas.
Por isso, prometeu criar condições para resolver estas questões, com a construção de um Centro hospital Especializado, para permitir que algumas doenças sejam tratadas no país.
Disse que vários médicos que trabalham em Portugal e noutros países estão dispostos a virem ajudar o país. ANG/LPG/ÂC//SG