Dirigentes inconformados do PRS exigem demissão de Fernando Dias
(ANG) – Os dirigentes inconformados do Partido da Renovação Social (PRS) exigem a demissão do Presidente Interino do partido, Fernando Dias da Costa, para, dizem, “salvaguardar a legalidade e transparência” naquela formação política.
A exigência foi esta terça-feira feita pelo porta-voz dos chamados “Dirigentes Inconformados” , Francelino Cunha, numa comunicação à imprensa, feita na sequência da recente decisão de retirada de “Confiança Política” à 16 dirigentes inconformados com a continuação da liderança interina do partido por Fernando Dias.
A Comissão Política Nacional do PRS ,numa reunião realizada segunda-feira(03) decidiu retirar “Confiança Política” aos dirigentes do partido que integram o grupo dos “Inconformados”, nomeadamente Francelino Cunha, Mónica Buaró, Orlando Mendes Viegas, Aladje Caramó Camará, Zé de Pina, Felix Nandunguê, Edneusa Lopes da Cruz, Certório Biote, João Roberto Metcha, François Dias, Ibraima Sori Djaló, Ilídio Viera Té, Dionísio Cabi, Aladje Soncó, Augusto Poquena e Fernando Augusto Cabi.
“Fernando Dias, pelo seu demérito próprio, não podia, de forma algum, continuar a frente dos destinos de PRS, depois de, sucessivamente, cometer pelo menos quatros pecados imperdoáveis contra os militantes e simpatizantes do partido e contra a memória de Kumba Ialá e de outros membros fundadores do partido”, disse Francelino Cunha.
Para ser mais claro sobre “pecados imperdoáveis” Cunha disse que Fernando Dias dirigiu as eleições legislativas de 2023, nas quais o partido saiu de 21 para 12 deputados, acrescenta que durante a sua liderança o PRS ficou sem a sua sede principal, e acusou Dias de incentivar a divisão no seio do partido e que este celebrou vários acordos sem aval dos órgãos deliberativos do partido.
Por sua vez, o membro da Comissão Política Nacional do PRS Uffé Vieira considera de ilegal e sem efeito a retirada de “Confiança Política” aos dirigentes do partido inconformados, tendo sustentado que a função de Fernando Dias como Presidente Interino já caducou, há muito tempo, e que, por isso, não lhe cabe tomar a decisão de presidir ou convocar reuniões do partido.
“O próprio Supremo Tribunal da Justiça já tinha declarado a ilegalidade de Fernando Dias nas suas funções, assim sendo, não tem competência para decidir algo se quer”, disse Uffé Vieira.
.“Não vamos permitir que alguêm estrague o PRS. Pretendemos fazer tudo para não se desviar dos objetivos que nortearam a criação desta formação política e também para não desonrar a memória dos seus fundadores”, disse Ibraima Sori Djaló, outro dirigente do PRS abrangido pela decisão de retirada de “Confiança Política” da CPN do partido.
Disse que , da próxima vez, serão os dirigentes inconformados que irão retirar confiança política à Fernando Dias e sua comitiva.
Questionado sobre a data para realização do Congresso de PRS, Sori Djaló respondeu que vão realizar uma reunião do Conselho Nacional no dia 08 de Junho e que depois disso vão marcar uma data para realização do Congresso.
Perguntado ainda se as guerrinhas internas não irá fragilizar o partido, Djaló respondeu que não, uma vez que a maioria é que vence, e diz que a verdade sempre prevalecerá. ANG/AALS/ÂC//SG