Turismo/”Hotel “DAKOSTA Eco Retreat” no Arquipélago dos Bijagós promove a cultura e gastronomia local
(ANG) – O empresário guineense Adelino da Kosta, proprietário de um dos maiores emprendimentos hoteleiros nas Ilhas Bijagós denominado “DAKOSTA Eco Retreat”, defende que aquele empreendimento contribui na sensiblização e promoção da cultura e gastronomia local.
Em entrevista exclusiva concedida hoje à ANG, Adelino da Kosta disse que, aquele empreendimento hoteleiro oferece aos turistas que ali frequentam refeições tipicamente locais.
Disse que praticam o modelo de turismo que passa por dar aos clientes o que não existe nos seus países de origem, ou melhor fazer-lhes viver a África e as suas ricas tradições.
“A título de exemplo, se um africano visitar hotéis na China, é-lhe oferecido a gastronomia local e a mesma coisa acontece em Itália e noutros países europeis. Nós aqui no DAKOSTA Eco Retreat decidimos fazer a mesma coisa, para promover os produtos africanos em particular os da Guiné-Bissau”, afirmou.
Segundo Adelino da Costa, os quartos do hotel do DAKosta Eco Retreat estão decorados com peças e estatuetas tradicionais, não só da etnia bijagós como de outras etnias do país, o que divulga as potencialidades culturais do país.
“Um turista estrangeiro não deve visitar o nosso hotel e ser lhe exibido vídeos com conteúdos produzidos na Europa, não. Se for assim não vale a pena receber os turistas porque não vão levar nada em contrapartida”, salientou.
Perguntado sobre como foi parar ao sector turístico no país, ele que foi boxista, Adelino da Kosta revelou que aquando do seu regresso ao país, em 2005, percorreu as diferentes ilhas para se inteirar das suas potencialidades.
Disse que na companhia da família deixou a Guiné-Bissau em 1988, tendo se emigrado para Portugal em busca de melhores condições de vida.
Disse que, na altura tinha apenas 9 anos e quando chegaram a Portugal habitavam no bairro das Marianas, em Carcavelos onde trabalhava na Construção Civil.
Adelino da Kosta disse que de Portugal emigrou para os Estados Unidos de América onde prossegiu as suas atividades de boxe.
“Na altura para qualquer praticante desta modalidade nos EUA, a primeira coisa a fazer é ingressar no maior Ginásio de Boxe, denominado de Broklin , aliás por onde passa todos os campeões do mundo, porque se quizer testar a sua capacidade tem que ir onde estão os melhores”, frisou.
“Fui campeão desta competição e passei para a fase seguinte que é a eliminatória para os Jogos Olímpicos 2004, onde fui eliminado na quarta posição”, contou Adelino da Kosta.
Adiantou que, depois de deixar de competir, iniciou a fase de formação dos lutadores em técnicas de dar socos e pontapés, tendo em conta que na altua só existiam lutadores da modalidade de “Jijuds”, ou seja deitar os adversários no chão, através de apertos nas gargantas, mãos e pés.
Informou que, por isso, precisavam de um formador com conhecimentos de técnicas de combate em termos de socos e pontapés, acrescentando que, foi daí que começou a treiná-los nos ginásios onde tinha muitos clientes.
“Então notei que podia aproveitar os clientes de boxe que tinha nos Estados Unidos, que normalmente passavam as suas férias e outros retiros de repouso no Vietnam, Cambodja, Filipinas entre outros, e que nunca tinham o privilégio de chegar um local tão maravilhoso e virgem como o Arquipélago de Bijagós”, frisou.
Disse que apartir daí, convidou dois dos seus clientes que tinham nos Estados Unidos para virem conhecer o Arquipélago de Bijagós, com um programa de treinos, que seria de duas vezes por dia e onde desfrutavam das comidas tradicionais”, explicou.
Sustenta que, por exemplo, na Europa, as pessoas consomem comidas e certos produtos fora do seu tempo, ou seja comem mangas que são conservadas por muito tempo, acrescentando que na Guiné-Bissau, as frutas são consumidas dentro do seu período normal , o que ajuda muito na saúde.
“Então os turistas que têm muito dinheiro e que querem mais longividade de vida, entendem que não existe melhor lugar, onde podem desfrutar de comidas no seu próprio tempo, para além de respirar um ar puro debaixo de árvores grandes e onde existe total tranquilidade e sentido da noite e com luzes acesas como nas grandes cidades”, frisou.
O empresário afirmou que o foram os primeiros grupos que trouxe para a Guiné-Bissau , que começaram a sensibilizar os seus colegas de que existe um paraíso na Guiné-Bissau, com apenas seis horas de voo para os Estados Unidos.
Adelino da Kosta frisou que, dentro do programa de treinos constava a parte física, ou seja levantar-se de manhã, fazer as caminhadas descalço para sentir aquele magnésio e força da terra, fazer exercícios dentro da água e depois seguida da parte espiritual, onde abordam a parte mística da vida, tais como como surgiram os homens na terra.
“Ainda penetramos com os homens grandes nas matas onde fazemos as cerimónias tradicionais e desintoxicação do organismo através de banhos com raízes e folhas das plantas”, disse.
Da Kosta sublinhou que essa ligação entre o mundo físico e espiritual, quando se sacrifica uma galinha nos lugares sagrados, constitue uma riqueza enorme que a África tem, em particular a Guiné-Bissau.
“Então foi isso o turismo que praticamos no Arquipélago dos Bijagós, através de transmissão da experiência que temos e foi por isso que recebemos muitos turistas que ainda apreciam muito as nossas comidas tradicionais acompanhadas de vinho de palma doce e fresca, que admiram muito”, explicou.
O DAKOSTA Eco Retreat conta com 33 quartos e emprega cerca de 50 pessoas.ANG/ÂC