Vice-Presidente do PRS acusa PR de assaltar e sequestrar o parlamento
(ANG) – O vice-presidente para a Defesa Nacional, Administração Interna, Poder Local e Ordenamento do Território, do Partido da Renovação Social, Mário Siano Fambé, acusou o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, de assaltar e sequestrar a Assembleia Nacional Popular, impedindo o seu funcionamento.
“Está claro na nossa Constituição, o Parlamento não pode ser dissolvido nos primeiros 12 meses da sua constituição. Portanto, para mim, a Assembleia Nacional Popular não está dissolvida. Foi, sim, assaltada e sequestrada por Umaro Sissoco Embaló, porque tem força muscular. A Constituição da República não deve ser violada num Estado de Direito”, disse Mário Fambé, ao presidir, na quinta-feira, (22), à cerimónia de posse do novo Presidente da Juventude da Renovação Social, Franco Ialá.
A Assembleia Nacional Popular(ANP) – parlamento guineense, foi dissolvida a 04 de Dezembro pelo chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló com alegações de envolvimento numa alegada tentativa de golpe de Estado.
O também líder da bancada do PRS revelou ter sido solicitado para integrar o Governo de Iniciativa Presidencial, mas diz que recusou o convite “porque a dissolução do Parlamento e consequentemente queda do governo do qual fazia parte pelo seu partido, não respeitou os procedimentos constitucionais”.
Denunciou que algumas pessoas, incluindo dirigentes do PRS, estão a ser exoneradas das suas funções nas diferentes instituições do Estado e outras até a serem cancelados os seus salários, porque supostamente não aceitam alinhar-se às agendas do chefe de Estado, Sissoco Embaló.
O dirigente dos Renovadores diz não ter dúvidas de que a Guiné-Bissau vive “piores momentos da sua Democracia”, pelo que urge “salvá-la”, para não permitir que “uma pessoa se aproprie do país”.
“O país está no chão. A única instituição a funcionar é a Presidência da República. Ele é que manda em todos os órgãos da soberania. Não podemos ter o país nestas condições. O governo é que tem a política do setor da defesa e segurança, mas vimos que não é assim que está a ser encarado. As pessoas deveriam preocupar-se em aumentar o salário dos elementos das Forças de Defesa e Segurança e os seus subsídios, por dedicarem os seus serviços em defesa da Pátria e da Soberania, ao invés de estarem a fazer política nos quartéis” ,disse Fambé .
O político denunciou que algumas zonas do país são ocupadas por estrangeiros porque as Forças de Defesa e Segurança não têm condições para controlar aquelas zonas.
Fambé prosseguiu defendendo que sejam equipadas essas forças de segurança nacional com meios apropriados “ao invés de estarem a fazer política nos quartéis”.
“As Forças Armadas são as reservas morais do nosso Estado. Estamos atentos” avisou.
O dirigente do PRS chama a atenção do Chefe de estado Sissoco Embaló sobre a necessidade de realização das eleições presidenciais antes de 27 de Fevereiro de 2025, data em que, segundo Fambé, termina oficialmente o seu mandato.
Mário Fambé diz querer ver julgados todos os detidos do caso 1 de Fevereiro de 2022 e os de 30 de Novembro e 1 de Dezembro de 2023.
“É preciso que seja feita a justiça sobre o caso de 1 de Fevereiro. Já se passaram dois anos sem nenhuma condenação. O povo quer também saber do desfecho de caso 30 de Novembro e 1 de Dezembro” , disse.
Dirigindo-se ao PRS, Siano Fambé apelou aos dirigentes desta formação política a fazerem política sem ferir a sensibilidade de ninguém, fazendo debates de ideias que possam contribuir para o desenvolvimento do país, acreditando que o que diz ser “correntes de ar” no partido vão passar.
“Não nos insultemos nas redes sociais. É preciso trabalharmos para fazer o nosso partido voltar ao poder. As estruturas do PRS, de base ao topo, devem fazer trabalho em conjunto com as da APU-PDGB, para recuperarmos as nossas bases” referiu apelando ao novo Presidente da Juventude da Renovação Social, Franco Iala, a criar as condições para que haja união dentro da estrutura Juvenil partidária, evitando alas .ANG/O Democrata